Guiné Equatorial é o país lusófono com maior índice de corrupção – Transparência Internacional

A Guiné Equatorial manteve o 171.º lugar, entre 180, no Índice de Percepção da Corrupção, bem como a mesma pontuação (17) que em 2021, sendo o terceiro país mais corrupto em África, conforme um relatório divulgado nesta Terça-feira, 31 de Janeiro, pela organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional. Na edição deste ano do Índice de Percepção…
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Angola manteve a tendência dos últimos anos no combate à corrupção, subindo para o 116.º, e Cabo Verde, que ocupa a 35ª posição, está entre os melhores de África no Índice de Percepção da Corrupção.
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A Guiné Equatorial manteve o 171.º lugar, entre 180, no Índice de Percepção da Corrupção, bem como a mesma pontuação (17) que em 2021, sendo o terceiro país mais corrupto em África, conforme um relatório divulgado nesta Terça-feira, 31 de Janeiro, pela organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional.

Na edição deste ano do Índice de Percepção da Corrupção (CPI), a organização justifica que a Guiné Equatorial continua a sofrer uma “exploração implacável” às mãos da família que governa o país.

Considerado pela Transparência Internacional como o terceiro país mais corrupto de África – apenas à frente do Sudão do Sul e da Somália, a ONG destaca que os “sistemas político, económico e jurídico do país são todos controlados pelo Presidente Teodoro Obiang Nguema, parentes e cúmplices por quase quatro décadas”.

Não considerando aos regimes monárquicos, Teodoro Obiang, que completa 81 anos em Junho deste ano, é o chefe de Estado há mais tempo no poder. A tendência da Guiné Equatorial nos últimos cinco anos traduziu-se numa subida de um ponto e considerando os últimos 10 anos perdeu três.

Ao contrário da Guiné Equatorial, Angola manteve a tendência dos últimos anos no combate à corrupção, subindo para o 116.º lugar no Índice de Percepção da Corrupção, alcançando 33 pontos numa escala que vai dos zero aos 100.

“O compromisso contínuo do Presidente João Lourenço de erradicar a corrupção sistémica no país está a surtir efeito, inclusive por meio de leis mais rígidas”, assegura a Transparência Internacional, sublinhando que Angola apresentou uma melhoria significativa nos últimos anos, ganhando 14 pontos desde 2018.

São Tomé e Príncipe subiu três lugares, para a 65.ª posição, no Índice de Percepção da Corrupção, alcançando 45 pontos. Nos últimos cinco anos, a tendência de São Tomé e Príncipe traduziu-se numa descida de um ponto e considerando os últimos 10 anos averbou mais três.

Cabo Verde subiu quatro lugares, para a 35.ª posição, no índice, alcançando 60 pontos. De acordo com o relatório da Transparência Internacional, Cabo Verde é juntamente com o Botsuana, depois das Seicheles, um dos países menos corruptos do continente africano.

O relatório reforça que as reformas do sector público também mantiveram Cabo Verde como “artilheiro” da região. O país aplicou várias medidas para aumentar a transparência nas transações governamentais e comerciais, de acordo com seus compromissos de Open Government Partnership.

O sétimo país menos corrupto de África é a Guiné-Bissau, que desceu dois lugares, para o 164.º, no Índice de Percepção da Corrupção, alcançando 21 pontos. O Índice de Percepção da Corrupção indica que a tendência da Guiné-Bissau nos últimos cinco anos traduziu-se numa subida de cinco pontos, mas considerando os últimos 10 anos perdeu quatro.

Já Moçambique, subiu cinco lugares, para o 142.º, alcançando 26 pontos. Em Moçambique, lê-se no relatório, à semelhança de outros países da África Subsaariana, as forças armadas são mal dirigidas.

“A falta de uma boa liderança condiciona a forma de lidar com os desafios de segurança e a sua vulnerabilidade à corrupção prejudica as respostas do Estado [moçambicano]”, sustenta a ONG. No entanto, a tendência de Moçambique nos últimos cinco anos traduziu-se numa subida de três pontos, mas considerando os últimos dez anos perdeu cinco.

O Índice de Percepção da Corrupção foi criado pela Transparência Internacional, em 1995, e é, desde então, uma referência na análise do fenómeno da corrupção, a partir da percepção de especialistas e executivos de negócios sobre os níveis de corrupção no sector público.

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