O Ministério dos Transportes, Correios e Telecomunicações da Guiné Equatorial pediu à Starlink, propriedade do magnata sul-africano Elon Musk, que “suspenda imediatamente” o seu serviço de Internet por satélite.
Em comunicado com data de Terça-feira, o ministério afirma que “foi pedido à Starlink que suspenda imediatamente o acesso ao serviço de Internet por satélite de todos os ‘kits’ Starlink localizados” sobre o país.
O pedido surge após dias de acesso limitado às redes sociais na ilha de Annobón, onde pelo menos 33 pessoas foram detidas sem acusação após protestos pacíficos em meados de Julho contra explosões de dinamite realizadas pela empresa de infra-estruturas marroquina SOMAGEC, disse uma fonte jurídica à EFE.
“Estão em situações desumanas, foram detidos apenas com a roupa que tinham no corpo. Os seus familiares trazem-lhes água, comida e roupa. Estão detidos em celas sobrelotadas e mal cheirosas. Alguns deles denunciaram ter sido torturados”, disse a fonte à EFE por telefone, pedindo anonimato por medo de represálias.
Os acontecimentos começaram em 09 de Julho, quando vários habitantes da ilha decidiram assinar uma carta dirigida ao Presidente do país, Teodoro Obiang Nguema, pedindo-lhe que pusesse fim às explosões.
Os cidadãos, diz a Lusa, lamentaram “as detonações efectuadas para a construção do porto e do aeroporto, realizadas sob o pretexto de actividades extrativas” que “transformaram zonas férteis e produtivas em zonas estéreis e impróprias para a agricultura”, para além de provocarem o risco de desmoronamento das suas casas.