Um aumento de 33,3% no custo do pão na Guiné-Bissau está a provocar uma onda de descontentamento por parte das várias camadas da população do país, que dizem estar alheio a tão acentuada subida naquele bem da cesta básica. O pão que custava apenas 150 francos CFA, a moeda do país, e que equivale a 34 cêntimos de dólar, disparou nos 200 francos, subida correspondente a 33,3%.
Ou seja, as famílias passaram a gastar mais 50 francos para comprarem o mesmo produto, sem que, para tal, recebessem uma nota oficial do organismo de controlo de preços no país, ou mesmo da autoridade fiscal.
Na base, estará um alegado aumento no custo da farinha de trigo no país, segundo justificou o presidente da associação de panificadores do país, Braima Djaló, citado pela Lusa, após uma ronda no país para aferir os referidos aumento.
Uma ronda a alguns bairros do país confirmaram essa alteração no custo do pão, de fabrico artesanal, mas de grande consumo para a maioria da população guineense, em Bissau. “A partir desta manhã (12/11) aumentámos o preço do pão. A padaria aumentou 50 francos cfa nós também aumentamos o mesmo valor na venda ao consumidor”, explicou Maimuna Camará, vendedeira no mercado do bairro de Santa Luzia.
Por sua vez, Zinha Tavares, dona de um restaurante na estrada que liga o bairro de Plubá ao centro de Bissau, debate-se com o dilema de saber se aumenta, ou não, o custo do prato de esparguete que vende acompanhado com pedaços do pão.
Para comerciante, que diz viver exclusivamente da venda, o receio é perder a clientela, na sua maioria jovens desempregados, se decidir pelo aumento do preço do esparguete. “É verdade que o preço do pão subiu, mas se eu aumentar o preço do esparguete corro o risco de ficar aqui com muita comida a estragar, mas também não posso deixar de dar o pão”, lamentou-se Zinha Tavares.
Já Alfa Umaro Só, que vende grande parte do pão que é consumido no pequeno restaurante de Zinha, desconhece os motivos que ditaram o aumento do preço daquele que é um dos produtos alimentares mais procurados pelos guineenses.
O presidente da associação de panificadores, que trabalham o pão de forma manual, Braima Djaló explicou aos jornalistas que o preço de um saco de farinha do trigo subiu, “sem explicações” de 18.000 francos cfa (cerca de 31,1 dólares) para 22.500 francos cfa (cerca de 39,2 dólares).
Para o responsável, os panificadores ainda pensaram em diminuir o tamanho do pão em vez de aumentar o preço, mas a maioria dos associados entendeu que o melhor seria aumentar o custo do produto.