Infra-estruturas são o maior desafio de África, afirma José de Lima Massano

O défice de infra-estruturas continua a ser um dos maiores entraves ao crescimento económico africano, condicionando a competitividade regional, a integração dos mercados e a expansão do comércio intra-africano. A constatação foi feita esta Segunda-feira, 24, em Luanda, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, José de Lima Massano, na abertura do…
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Ministro de Estado para a Coordenação Económica angolano reforça que o projecto, que interliga Angola, Zâmbia e a República Democrática do Congo, tem o potencial de movimentar mais de 20 milhões de toneladas de carga por ano.
Economia

O défice de infra-estruturas continua a ser um dos maiores entraves ao crescimento económico africano, condicionando a competitividade regional, a integração dos mercados e a expansão do comércio intra-africano. A constatação foi feita esta Segunda-feira, 24, em Luanda, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, José de Lima Massano, na abertura do Fórum Empresarial União Africana–União Europeia, realizado no âmbito da 7.ª Cimeira entre os dois blocos.

Para o governante angolano, África vive uma fase de “transformação real”, marcada por reformas económicas, avanços regulatórios e maior mobilização de investimento. Contudo, Massano sublinha que a insuficiência de infra-estruturas essenciais – energia, logística, transportes e conectividade – permanece como uma barreira estrutural ao pleno aproveitamento do potencial económico do continente.

O ministro destacou a iniciativa Global Gateway como um instrumento relevante para colmatar este défice, elogiando o compromisso europeu com o financiamento de projectos que ampliem mercados, atraiam investidores e reforcem a interligação económica regional. Entre esses projectos, Massano salientou o Corredor do Lobito como um caso emblemático de cooperação estratégica.

Ao interligar Angola, Zâmbia e a República Democrática do Congo, o Corredor do Lobito tem capacidade para movimentar mais de 20 milhões de toneladas de carga por ano, podendo alterar de forma significativa a geografia comercial do continente ao criar novas rotas logísticas entre o Atlântico e o interior de África. A iniciativa é vista como catalisadora de corredores de desenvolvimento, com impacto directo sobre cadeias de valor, formalização económica e industrialização regional.

José de Lima Massano reforçou ainda a importância de um maior engajamento do sector privado africano e europeu, defendendo parcerias mutuamente vantajosas capazes de responder às exigências de um continente jovem, dinâmico e cada vez mais orientado para a criação de valor.

No fórum de negócios acontecerá um plenário de alto nível sobre o “Acesso ao Financiamento”, além de várioa panéis temáticos que abordarão temas como “Transporte e Logística”, “Saúde e Produtos Farmacêuticos” e “Ligações Digitais”.

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