Investidores estrangeiros em Angola manifestaram nesta Quinta-feira preocupação com a demora nos processos de renovação dos vistos, num encontro com o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) e a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX).
O encontro teve como objectivo esclarecer os investidores sobre questões migratórias, relacionadas com projetos de investimento privado, reforçar o alinhamento institucional entre a AIPEX e o SME, visando acelerar a implementação dos projectos e contribuir para a criação de um ambiente de negócios mais favorável e atrativo em Angola, disse fonte da organização.
Em declarações à imprensa, o presidente do conselho de administração da AIPEX, Arlindo Rangel, referiu que o propósito foi ouvir as preocupações dos investidores para ver o que pode ser melhorado, frisando que “há sempre margem para melhorar”.
Segundo Arlindo Rangel, em algumas das reclamações “os investidores têm razão, noutras não têm razão”, mas foram elucidados sobre as suas dúvidas.
“Alguns temas não têm a ver directamente nem com a AIPEX nem com o SME, têm a ver com os departamentos ministeriais de tutela na emissão da carta que faz, do parecer ter levado algum tempo, nós tomamos nota das preocupações e vamos trabalhar a seguir com os departamentos ministeriais para removermos essas dificuldades”, referiu.
De acordo com o presidente da AIPEX, “o primeiro passo é não criar entropias e não deixar fugir aqueles que já cá estão.
“Resolvendo esses problemas dos que cá estão, os outros que vão entrar já não vão sofrer esse tipo de problemas, esse é o nosso objectivo”, salientou o responsável, sublinhando que o objectivo é aumentar a captação de investimento privado quer interno quer externo.
Arlindo Rangel, citado pela Lusa, frisou que tem aumentado o número de intenções de investimento, realçando que a lei permite que os projectos, principalmente de investidores estrangeiros, tenham uma força de trabalho expatriada de até 30%, mas o que se verifica hoje na prática é que não chega a 5% de mão-de-obra estrangeira.
Por sua vez, a porta-voz do SME, Domingas Mendonça, disse que algumas das preocupações apresentadas pelos investidores se devem ao desconhecimento da lei, com destaque para a caução de repatriamento, que corresponde ao valor do bilhete de passagem praticado pelas companhias aéreas com ligação para os seus países de origem.