O fundador da Move Angola – Conferência Internacional de Liderança que se realiza anualmente em Angola –, Dárdano Santos, defendeu há dias, em Luanda, que “legado não se impõe, não se grita”, mas sim “ecoa, vibra e inspira”.
Durante a sua abordagem como um dos Keynote Speaker na segunda edição do CONNECT, evento dedicado ao aprofundamento de conhecimentos em liderança e inspiração para o quotidiano profissional e pessoal, realizado no último Sábado, 10 de Maio, na ilha de Luanda, o também consultor de liderança destacou a necessidade de “não desprezar o dia das coisas pequenas”.
Autor do livro “A Arte de Seguir Alguém”, Dárdano Santos apelou ainda à introspecção nas interacções com terceiro, no dia-a-dia, seja na esfera pessoal ou corporativa.
O encontro, que destacou legado, propósito e filosofia, juntou palestrantes de diferentes lados da Lusofonia, promovendo um diálogo multidisciplinar sobre desafios contemporâneos.
Além do angolano Dárdano Santos, que abriu o evento com uma reflexão sobre legado e crescimento pessoal, estiveram também entre os palestrantes os brasileiros Clóvis de Barros (filósofo e professor) e Leandro Karnal (historiador e escritor), bem como o português Jorge Coutinho (especialista em Desenvolvimento Humano).
Na palestra “O Poder do Difícil”, Jorge Coutinho focou-se em explicar como a intenção deliberada, positiva e contínua pode transformar diversas áreas da vida. Entre os insights partilhados, destacou o desafio sociológico: “O propósito é criado nas escolhas que fazemos”.
Clóvis de Barros, por sua vez, compartilhou a sua expertise filosófica, ao dissertar sobre o conceito de desejo na obra de Platão. Segundo o pensador grego, o desejo (epithymia) é uma força motriz da alma humana, intrinsecamente ligada à percepção de falta e à busca incessante pelo que é percebido como valor absoluto.
Já Leandro Karnal, na sua análise sobre os dilemas da modernidade, abordou um desafio urgente: a erosão do foco devido às interrupções tecnológicas constantes. O historiador defendeu que, em um mundo hiperconectado, optar por soluções analógicas ou metodologias (como a técnica Pomodoro) configura-se não apenas como uma resistência, mas como um acto revolucionário.
A segunda edição do CONNECT foi uma produção da Clé Entertainment, com patrocínios de duas instituições bancárias e uma seguradora que operam no mercado angolano.
*Cláudia Simões
