O antigo chefe do regimento dos Comandos das Forças Armadas guineenses general Júlio Nhaté, detido em Fevereiro de 2022 por tentativa de golpe de Estado, foi restituído à liberdade, disse esta semana fonte judicial.
De acordo com um advogado da equipa de defesa de cerca de cinco dezenas de pessoas (entre civis e militares) detidas e acusadas de participação no caso, Nhaté foi posto em liberdade na tarde de Segunda-feira, por ordens do Tribunal Regional Militar de Bissau.
Para o advogado, que pediu para não ser nomeado, a ordem de soltura do general é o cumprimento de um acórdão produzido pelo Tribunal Militar Superior que determinou, em Julho passado, a “libertação imediata” dos civis e militares acusados de tentativa de golpe de Estado no dia 01 de Fevereiro de 2022.
A medida abrangia os detidos cujos prazos de prisão preventiva estavam largamente ultrapassados ou aqueles que não tinham sido formalmente acusados. O advogado afirmou que Júlio Nhaté fazia parte desta lista e lembrou que, dois meses após a sua detenção, a Promotoria da Justiça Militar pediu a sua soltura, “por falta de provas contra si”.
Actualmente com 59 anos, Júlio Nhaté Nsulte era, à altura da sua detenção, director da Escola Militar de Cumuré, a 36 quilómetros de Bissau. O advogado referiu, igualmente, que o general “padece de problemas graves de saúde” e que ultimamente passou “largas temporadas” no Hospital Militar Principal de Bissau.
Júlio Nhaté e outros oficiais e soldados das Forças Armadas guineenses, bem como civis, diz a Lusa, foram detidos em Fevereiro de 2022, acusados de tentativa de golpe de Estado.