Para assinalar o seu 6º aniversário, a Liderança Feminina Angola (LFA), organização pioneira para o desenvolvimento da mulher e igualdade do género, juntou neste Domingo, 09, em Luanda, pessoas de vários sectores de actividade, sobretudo senhoras, para reflectir sobre o papel estratégico das mulheres na economia e o seu impacto nas organizações, enquanto líderes.
Durante a mesa-redonda com o tema “Herança e Futuro: 6 anos de Liderança Feminina em Angola”, a administradora não-executiva do Banco Nacional de Angola (BNA), Daniela Simão, descreveu que a liderança pressupõe ter a oportunidade de expressar os talentos e a capacidade de transformação.
“Cada um de nós tem a oportunidade de ser líder. Só que as vezes achamos que liderança só existe no ambiente corporativo”, disse.
Entretanto, a antiga presidente do conselho de administração da Comissão do Mercado de Capitais de Angola e fundadora da BOVE – prestação de Serviço e consultoria, Maria Uni Baptista, outra oradora do debate, realçou que há momentos que se associa a liderança ao facto de conduzir outros a dar resultados.
“Isso é importante, mas, para mim, a liderança é silenciosa. Apesar de eu ser uma líder silenciosa, sou muito arriscada. Quando assumi a minha primeira posição com 28 anos, eu não sabia nada do que estava a fazer, inclusive fui fazer uma formação na África do Sul e não sabia falar inglês”, contou.
Já a responsável de capital humano da TIS, Yara Mupei, explicou que hoje partilha aquilo que sabe como forma de retribuir o que lhe foi dado. “Eu beneficiei de muitas acções de várias pessoas que me ensinaram e me ajudaram a ser o que sou hoje. Anteriormente, não sabia como começar, mas agora estou com um programa que está mesmo a ser financiado por mim e é um compromisso social”, precisou.

Por sua vez, ao encerrar a actividade, Eva Rosa Santos, fundadora da organização aniversariante, defendeu que a liderança feminina não é uma questão de género, mas de competitividade económica, sublinhado que “não podemos ignorar 52% de potencial produtivo”, referindo-se às estatísticas do Instituto Nacional de Estatística, que aponta para a existência deste percentual de mulheres entre os habitantes do país.
Eva Rosa Santos acrescentou que as iniciativas da LFA contribuíram para a capacitação, através de mentoria, coaching e webinars, de mais de 1 200 pessoas, com foco em 80% de mulheres nos últimos seis anos, impactando sectores como energia, finanças e tecnologia.
“A título de exemplo, o programa Bolsas Ermelinda, iniciou com 12 bolseiras, em 2022 em parceria com a Big Muxima e o Espaço Lotus, e hoje conta com 65”, apontou.