A tecnológica chinesa Xiaomi mais do que duplicou os lucros nos primeiros nove meses do ano, registando um aumento de 140% para 4.256 milhões de euros (35.023 milhões de yuans), impulsionada pelo desempenho recorde das suas operações em veículos eléctricos e inteligência artificial (IA), que apresentaram resultados positivos pela primeira vez.
De acordo com a informação enviada à Bolsa de Hong Kong, onde a empresa está cotada, as receitas totais entre Janeiro e Setembro atingiram 340.371 milhões de yuans (47.877 milhões de dólares, 41.366 milhões de euros), representando um crescimento anual de 32,5%.
No terceiro trimestre, o segmento de veículos eléctricos e de IA destacou-se como principal motor de expansão, tendo alcançado um lucro bruto de cerca de 700 milhões de yuans (98 milhões de dólares, 85 milhões de euros), sustentado pela comercialização de aproximadamente 109.000 unidades, um volume histórico para a marca.
O presidente da Xiaomi, Lu Weibing, revelou que a empresa deverá entregar o seu veículo número 350.000 ainda esta semana, antecipando o cumprimento da meta anual inicialmente projectada.
Apesar dos resultados expressivos, a Xiaomi tem enfrentado críticas relacionadas com acidentes mortais envolvendo os seus automóveis. Ainda assim, a receita proveniente dos produtos eléctricos e de IA quase triplicou no terceiro trimestre (+199,2%), ascendendo a 29 mil milhões de yuans (4.079 milhões de dólares). O desempenho contrasta com o crescimento mais moderado dos smartphones e dispositivos inteligentes, que avançaram apenas 1,6%, embora continuem a representar três quartos da facturação total da empresa.
Lu Weibing, citado pela Lusa, alertou ainda para a pressão adicional sobre os fabricantes devido ao aumento do custo dos chips, o que poderá afectar as margens do negócio de telemóveis. O executivo admite que a Xiaomi poderá avançar com ajustamentos de preços – alinhados com a sua estratégia de posicionamento no segmento premium – como forma de compensar o impacto da subida dos componentes.





