Lula regressa a Maputo para reforçar cooperação em saúde, agricultura e segurança alimentar

O Presidente do Brasil, Lula da Silva, manifestou neste Domingo a intenção de aprofundar “de forma significativa” as relações com Moçambique, ao iniciar em Maputo a sua quarta visita oficial ao país, numa etapa que sucede à participação na Cimeira do G20, na África do Sul. A deslocação assinala os 50 anos de relações bilaterais…
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Na 4ª visita oficial a Maputo, o Presidente brasileiro chega determinado a elevar a cooperação política e económica a um novo patamar, num momento simbólico que assinala meio século de relações diplomáticas. A agenda inclui novos acordos e encontros com empresários.
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O Presidente do Brasil, Lula da Silva, manifestou neste Domingo a intenção de aprofundar “de forma significativa” as relações com Moçambique, ao iniciar em Maputo a sua quarta visita oficial ao país, numa etapa que sucede à participação na Cimeira do G20, na África do Sul. A deslocação assinala os 50 anos de relações bilaterais e abre espaço para a assinatura de novos acordos e para o reforço das parcerias económicas.

“Comemoramos, neste ano, 50 anos de relações bilaterais entre os nossos dois países”, escreveu Lula da Silva na rede social X, sublinhando que a agenda desta Segunda-feira inclui um encontro com o Presidente Daniel Chapo e reuniões com empresários moçambicanos e brasileiros. O chefe de Estado brasileiro adiantou ainda que será distinguido com o título de doutor honoris causa pela Universidade Pedagógica de Maputo, distinção que reforça a sua ligação histórica ao país.

De acordo com a Presidência moçambicana, a visita decorre a convite de Daniel Chapo e enquadra-se na consolidação da cooperação política e económica entre os dois países. O encontro bilateral, que realizou-se na manhã desta Segunda-feira, terá se centrado no aprofundamento do diálogo estratégico e na expansão de parcerias em sectores-chave do desenvolvimento nacional.

As conversações entre os dois chefes de Estado irão abordar a situação política, económica e social de cada país, bem como temas de interesse comum no plano regional e multilateral. A agenda inclui ainda a assinatura de instrumentos jurídicos, com destaque para um acordo de cooperação entre as academias diplomáticas e novos mecanismos de cooperação técnica.

Segundo a diplomacia brasileira, Lula da Silva pretende reforçar a colaboração com Moçambique em áreas como assistência humanitária, saúde, educação, segurança alimentar, agricultura, biocombustíveis, defesa, comércio e investimentos. Questões da agenda internacional – como a CPLP, a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o combate à pobreza e as alterações climáticas – também constarão das discussões.

À margem das reuniões políticas, Lula da Silva vai encerrar o Fórum Empresarial Brasil–Moçambique, que pretende aproximar empresas e identificar oportunidades de investimento num momento em que as trocas comerciais bilaterais, apesar de terem crescido 27% em 2024, continuam num patamar reduzido: 40,5 milhões de dólares. A pauta comercial permanece pouco diversificada, com a carne de aves a representar mais de 40% das exportações brasileiras para Moçambique e o tabaco a dominar as vendas moçambicanas para o Brasil.

Os números evidenciam o potencial ainda por explorar na relação económica, apesar dos laços históricos, culturais e de cooperação técnica intensiva entre os dois países — especialmente visíveis durante os anteriores mandatos de Lula, período em que o Brasil ampliou significativamente a sua presença em África.

A visita culminará com a outorga do título de doutor honoris causa pela Universidade Pedagógica de Maputo, em Ciência Política e Cooperação Internacional, 15 anos depois de Lula ter recebido distinção semelhante da Universidade Eduardo Mondlane, em 2010, na sua última deslocação oficial a Moçambique enquanto Presidente do Brasil.

 

*Com Lusa

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