Mais de 1000 clientes venceram disputas com bancos em Moçambique no último ano

O Banco de Moçambique deu razão a 85% das 1.809 reclamações apresentadas por clientes de instituições financeiras em 2024, o que resultou na devolução de cerca de 18 milhões de meticais (243 mil euros), segundo o mais recente Relatório de Inclusão Financeira da institituição. O documento, elaborado pelo Departamento de Supervisão de Conduta, revela que…
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O Banco de Moçambique devolveu mais de 18 milhões de meticais aos consumidores em 2024, após dar razão a 85% das reclamações apresentadas contra instituições financeiras. O número de queixas contra a banca moçambicana cresceu 62% o ano passado, segundo indica o Relatório de Inclusão Financeira do Banco Central.
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O Banco de Moçambique deu razão a 85% das 1.809 reclamações apresentadas por clientes de instituições financeiras em 2024, o que resultou na devolução de cerca de 18 milhões de meticais (243 mil euros), segundo o mais recente Relatório de Inclusão Financeira da institituição.

O documento, elaborado pelo Departamento de Supervisão de Conduta, revela que 1.213 queixas (67% do total) foram tratadas e encerradas no próprio ano. Destas, 1.025 tiveram despacho final favorável aos consumidores, evidenciando “diversas irregularidades cometidas por instituições de crédito e sociedades financeiras”, lê-se no relatório.

“Além da emissão de determinações específicas às instituições visadas para a correcção das irregularidades detectadas, as reclamações concluídas favoravelmente resultaram na recuperação e devolução de montantes indevidamente cobrados aos reclamantes”, refere o documento.

O número de queixas contra o sistema bancário moçambicano aumentou 62% face a 2023, confirmando uma tendência de crescimento da insatisfação dos clientes — mas também uma maior consciência dos direitos dos consumidores financeiros, segundo analistas.

As reclamações incidem, sobretudo, sobre cobranças indevidas, irregularidades contratuais, falhas nos serviços digitais e deficiências no atendimento ao cliente, áreas em que o regulador tem vindo a reforçar a fiscalização.

O banco central sublinha que o tratamento célere e eficaz das queixas “reforça a confiança no sistema financeiro” e está alinhado com os princípios de transparência, ética e boa conduta que norteiam o processo de inclusão financeira em Moçambique.

 

*Com Lusa

 

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