Um total de 135 marcas cabo-verdianas registaram-se na Organização Regional Africana da Propriedade Intelectual, em seis meses, e o arquipélago já conta com dois pedidos de patentes, anunciou esta semana, na Praia, o director-geral daquela organização, Bemanya Twebaze.
“Foi com surpresa que hoje registamos 135 marcas que já estão registadas no sistema da ARIPO [na sigla inglês] vindas de Cabo Verde e é muito importante salientar que há dois pedidos de patentes e alguns desenhos industriais. Isso é muito bom e é inédito, nunca tinha acontecido antes com o Estado-membro da ARIPO”, disse Bemanya Twebaze, após reunir-se com o ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro.
O director-geral da Organização Regional Africana da Propriedade Intelectual considera que isso diz muito dos esforços que estão a ser feitos pelo Estado cabo-verdiano, pela vontade política e pela mentalidade da importância da propriedade intelectual.
“Além dos registos que serão então protegidos nos países cobertos pela ARIPO, há outros benefícios, como a capacitação e a formação”, disse ainda aos jornalistas Bemanya Twebaze, que iniciou nesta Terça-feira a sua primeira visita ao arquipélago, acrescentando que quer reforçar o compromisso com Cabo Verde, para promover a inovação e criação, “obtendo benefícios tangíveis” na área da protecção intelectual.
“Estamos aqui para apoiar Cabo Verde na sua jornada, nos seus esforços para a implementação da sua estratégia nacional da propriedade intelectual, apoiando com capacitação, com sensibilização e também abordando os desafios que a África enfrenta, tanto a nível da segurança alimentar, do combate e erradicação da pobreza e os desafios ligados às mudanças climáticas”, afirmou.
Segundo o ministro da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, no encontro com o director da ARIPO foram abordados assuntos relacionados com a implementação do protocolo desta organização, da política de propriedade intelectual no processo de construção do grande mercado no continente africano e também projectos no domínio do sector em que esta pode ajudar Cabo Verde na sua implementação.
Segundo Alexandre Monteiro, embora a adesão à ARIPO tenha ocorrida há menos de um ano, Cabo Verde já beneficiou de várias acções de formação no domínio da propriedade intelectual, realizadas por esta organização, em que o país também integra o conselho da administração.