Manuel Luamba estreia-se na literatura com “A Casa de Renda”

O actor de teatro e jornalista angolano, Manuel Luamba, escolheu o dia da língua portuguesa, 05 de Maio, para estrar-se no mundo da literatura, com o lançamento da sua primeira obra literária, intitulada “A Casa de Renda”, onde narra a história de uma família pobre que, sem casa própria, é obrigada a arrendar uma residência.…
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Em 175 páginas, o actor e jornalista angolano apresenta uma reflexão, em que defende que o Estado deve fiscalizar o contrato de arredamento, devido aos conflitos entre o inclino e o senhorio.
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O actor de teatro e jornalista angolano, Manuel Luamba, escolheu o dia da língua portuguesa, 05 de Maio, para estrar-se no mundo da literatura, com o lançamento da sua primeira obra literária, intitulada “A Casa de Renda”, onde narra a história de uma família pobre que, sem casa própria, é obrigada a arrendar uma residência.

Em 175 páginas, num livro editado pela Muenhu, o autor, fazendo recurso ao género romance, apresenta uma reflexão em que defende que “o Estado angolano deve satisfazer o desejo da colectividade e fiscalizar o contrato de arredamento, devido aos conflitos entre o inclino e senhorio.

“Se o Estado fiscaliza a implementação do contrato de trabalho, também tem instituições para avaliar a relação jurídica entre o senhorio e o inclino. Mas eu acredito que o Governo [angolano] poderia resolver este problema, dando emprego aos jovens para que consigam ter a casa própria, porque a maior parte vive em casa de renda”, defendeu, em jeito de apelo.

Manuel Luamba, co-fundador do grupo Voz no Silêncio Teatro – um dos fundadores do Festival Internacional do Teatro do Cazenga (FESTECA), considera que o Estado pode optar em deixar o sector privado tomar conta do mercado imobiliário no país.

“Em vez de construir, poderia permitir que os bancos comerciais concedessem crédito, no sentido de se ter vários fogos habitacionais para ajudar o cidadão que tem emprego”, sugeriu Manuel Luamba.

Ao apresentar a obra, o escritor John Bella disse que o autor traz um tema “intrinsecamente actual, a julgar pelas dificuldades que ainda são encontradas na aquisição de uma moradia.

“É aí que Manuel Luamba aplica todo o seu saber, uma vez que pretende trazer uma comunicação esclarecedora, que vai em busca de um passado, mas que muitos jovens desconhecem”, apontou.

Entretanto, no entender do jornalista João Pinto, que prefaciou a obra que gira em torno da “família de Tony”, arrendar uma casa “passou a ser a única saída e um grande negócio para muitos que, fruto da falta de emprego, tinham uma fonte de dinheiro, pois o importante era arrendar uma residência, mas sem trabalho, mudando-se constantemente”. 

Nascido em 1985, no município de Kalandula, província de Malanje, Manuel Luamba é licenciado em Direito pela Universidade Católica de Angola (UCAN). Em 2002, tornou-se activista social, trabalhando em projectos de educação sanitária e de direitos humanos, da Organização Não-Governamental Internacional GOAL.

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