A Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros da Assembleia da República de Portugal aprovou, por unanimidade, a deslocação do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, a Angola, entre 10 e 12 de Novembro. A visita insere-se nas celebrações dos 50 anos da independência do país africano lusófono, efeméride que será assinalada a 11 de Novembro.
A proposta foi apresentada pelo presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco, e aprovada sem contestação ou declarações adicionais dos deputados. A decisão abre caminho para que o chefe de Estado português represente oficialmente Portugal nas cerimónias que evocam meio século de independência angolana, simbolizando também a continuidade da relação histórica entre Lisboa e Luanda.
Angola proclamou a independência a 11 de Novembro de 1975, pela voz de Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e primeiro Presidente da República. O “Dia da Dipanda” ficou gravado como marco fundador da soberania nacional e da ruptura com a colonização portuguesa.
Após a morte de Neto, em 1979, o poder foi assumido interinamente por Lúcio Lara, figura igualmente central do MPLA, até à posse de José Eduardo dos Santos, que governaria Angola durante 38 anos, consolidando um longo ciclo político e económico. Em 2017, João Lourenço assumiu a liderança do país, dando início a uma nova fase de reformas e reposicionamento internacional.
A presença de Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do cinquentenário da independência reforça não apenas a dimensão simbólica do relacionamento bilateral, mas também o seu enquadramento estratégico, numa altura em que Angola se afirma como parceiro relevante para Portugal e para a comunidade internacional.
*Com Lusa