Marginal da Corimba: investimento de 245 milhões de euros promete transformar mobilidade e urbanismo em Luanda

A construção da Marginal da Corimba, em Luanda, avaliada em 245 milhões de euros, promete ser um marco na requalificação urbana da capital angolana. O projecto, consignado à Mota-Engil, terá duração de 20 meses e deverá gerar mais de mil postos de trabalho directos na primeira fase. Segundo o ministro de Estado para a Coordenação…
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Com duração prevista de 20 meses e mais de mil empregos criados na primeira fase, o projecto integra mobilidade, habitação social e sustentabilidade, reposicionando a capital angolana no mapa das grandes infra-estruturas urbanas em África.
Economia

A construção da Marginal da Corimba, em Luanda, avaliada em 245 milhões de euros, promete ser um marco na requalificação urbana da capital angolana. O projecto, consignado à Mota-Engil, terá duração de 20 meses e deverá gerar mais de mil postos de trabalho directos na primeira fase.

Segundo o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, citado num comunicado publicado na página do Governo de Angola na internet, a empreitada não se limita a abrir novas vias. Inclui a construção de 400 habitações sociais para realojamento de famílias, soluções de saneamento básico e obras de protecção ambiental alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A primeira fase contempla trabalhos marítimos, dois nós rodoviários, oito quilómetros de vias urbanas e habitação social, estruturando a base de uma transformação mais ampla na zona sul de Luanda.

Para o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Alberto dos Santos, o impacto será visível já ao fim da primeira etapa. “Em 20 meses, teremos uma redução significativa do tempo e dos custos de viagem, com ganhos directos em mobilidade e produtividade”, disse.

Desafios urbanos de uma megacidade africana

A intervenção complementa outras grandes obras em curso, como a via expressa Fidel Castro, avenida Deolinda Rodrigues, estrada do Patriota e a Pedro de Castro Van-Dúnem Loy, reforçando a malha viária que alimenta os principais eixos da cidade.

Com mais de 10 milhões de habitantes, Luanda enfrenta problemas estruturais de mobilidade e drenagem urbana. O governador da província, Luís Nunes, destacou que os engarrafamentos crónicos comprometem a produtividade e a qualidade de vida, enquanto falhas no sistema de macrodrenagem expõem milhares de famílias a riscos em épocas chuvosas.

O projecto da Corimba, por isso, é visto como mais do que uma obra viária. Representa uma intervenção integrada de engenharia, urbanismo e inclusão social, concebida para atacar simultaneamente problemas de mobilidade, habitação e saneamento.

Num contexto em que Luanda busca modernizar a sua infra-estrutura para acompanhar o crescimento populacional e económico, a Marginal da Corimba posiciona-se como projecto-âncora da estratégia de transformação urbana, com potencial de atrair investimentos e reposicionar a cidade no panorama das grandes metrópoles africanas.

Além deste aspecto, Luís Nunes assinalou o desafio que tem relativamente ao sistema de macrodrenagem das águas pluviais e das residuais em determinados pontos da cidade, colocando em risco, principalmente em épocas chuvosas, a vida de famílias e a segurança de bens públicos e privados.

O presente projecto, disse, é fundamental, não apenas como um projecto de mobilidade, mas por ser uma intervenção integrada que conjuga soluções de engenharia, urbanismo e inclusão social, para responder aos principais problemas deste ponto em concreto na capital.

 

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