Mina de Tetelo marca novo ciclo do cobre em Angola e simboliza independência produtiva

O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, inaugurou nesta Quarta-feira, 29, a Mina de Cobre de Tetelo - primeira do país, localizada em Maquela do Zombo, província do Uíge. O projecto, implementado pela empresa Shining Star Icarus (SU), Limitada, representa um investimento de 305 milhões de dólares norte-americanos e é considerado um…
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Com a inauguração nesta Quarta-feira da infra-estrutura – um investimento de 305 milhões USD –, Angola confirma a ambição de transformar os seus recursos minerais em valor acrescentado e posiciona o Uíge como nova fronteira do cobre.
Economia

O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, inaugurou nesta Quarta-feira, 29, a Mina de Cobre de Tetelo – primeira do país, localizada em Maquela do Zombo, província do Uíge. O projecto, implementado pela empresa Shining Star Icarus (SU), Limitada, representa um investimento de 305 milhões de dólares norte-americanos e é considerado um marco para o relançamento da indústria mineira nacional.

Com uma capacidade de produção de 4.000 toneladas de minério por dia, a mina atinge uma taxa de recuperação de 92% e um teor de 35% no concentrado final de cobre. Na fase de construção, já foram envolvidos mais de 1.500 trabalhadores, maioritariamente jovens da região, e estima-se que, no pico da operação, o número de empregos directos possa variar entre 2.500 e 3.000 postos de trabalho, reforçando o impacto social e económico local.

Durante a cerimónia, o ministro Diamantino Azevedo destacou o significado histórico e económico da inauguração, afirmando que “a província do Uíge entra para a história como terra do cobre”, com Maquela do Zombo a assumir-se como o epicentro de um novo ciclo de desenvolvimento industrial e social em Angola.

“Angola assume que não quer ser apenas um exportador de matéria-prima. Afirmo com clareza e responsabilidade que, quando as reservas e a escala operacional o justificarem, o país avaliará a instalação, em território nacional, de capacidade de transformação e refinação do cobre. Isto significará a criação de valor aqui, emprego aqui e riqueza em Angola”, sublinhou o governante.

A Mina de Tetelo integra-se num plano estratégico mais amplo de valorização dos recursos minerais, que contempla prospecções em curso nas províncias do Moxico, Huíla, Cuanza Sul, Cuando Cubango, Namibe, Huambo e Cabinda, posicionando Angola no Arco Lufiliano, um dos mais importantes cinturões de cobre do mundo, que se estende até à Zâmbia e à República Democrática do Congo.

Inaugurada às vésperas da celebração dos 50 anos da Independência Nacional, a mina é apontada pelo ministro como um símbolo de uma nova forma de soberania económica: a “independência produtiva, económica e tecnológica”, um passo decisivo no esforço de diversificação e industrialização do país.

Num contexto global de transição energética, o cobre assume crescente relevância estratégica, dado o seu papel essencial nas tecnologias de energia limpa, redes eléctricas inteligentes e mobilidade eléctrica. Para Angola, a aposta neste metal pode representar a abertura de uma nova fronteira económica, menos dependente do petróleo e mais alinhada com as tendências da economia verde.

A Mina de Tetelo surge, assim, não apenas como um empreendimento mineiro, mas como símbolo de reposicionamento estrutural, um marco na trajectória rumo a uma Angola produtora, transformadora e integrada nas cadeias globais de valor.

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