A companhia aérea moçambicana LAM anunciou nesta Segunda-feira a suspensão de voos directos para a Cidade do Cabo, na vizinha África do Sul, a partir de 08 de Abril, com objectivo de “optimizar a rentabilidade e eficiência de gestão”.
“Esta decisão estratégia faz parte do plano de reestruturação do negócio da companhia de bandeira nacional (…), cujo principal objectivo é optimizar a rentabilidade das operações e eficiência de gestão da companhia”, lê-se num comunicado das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), enviado à Lusa.
A LAM refere, no documento, que o referido plano de reestruturação inclui a “avaliação exaustiva” do desempenho das rotas da companhia, em que determina a redefinição dos percursos da sua frota, afirmando estar agora mais concentrada em “destinos mais domésticos”, para além da sua rota regional de referência, Maputo-Joanesburgo-Maputo, que se mantém.
A companhia moçambicana diz, no comunicado, que estão criadas as condições para garantir as viagens para a Cidade do Cabo a todos os que adquiriram bilhetes para datas posteriores a 08 de Abril.
A LAM já tinha anunciado, em 18 de fevereiro, a suspensão da rota Maputo-Lisboa a partir do dia seguinte, avançando que, desde 2023, acumulou prejuízos de mais de 21 milhões de dólares devido à operação.
“Enquanto a casa não estiver organizada e continuarmos a ter irregularidades nos voos domésticos, não podemos voar grande”, declarou Alfredo Cossa, porta-voz da LAM, em conferência de imprensa, em Maputo.
Abandonada pela companhia por quase 12 anos, a rota Maputo-Lisboa foi retomada em 20 de Novembro de 2023 e fazia parte do plano de revitalização da operadora, depois de a empresa sul-africana Fly Modern Ark (FMA) ter entrado na gestão da LAM em Abril daquele mesmo ano para um processo de reestruturação.
O transporte era assegurado por um Boeing 777 de 302 lugares, resultante de uma parceria com a operadora portuguesa EuroAtlantic, mas, segundo o porta-voz da LAM, o novo conselho de administração da empresa concluiu que a operação era inviável.
“Nós alimentávamos essa rota com base em fundos do mercado doméstico. Produzíamos e pagávamos, tendo chegado a este momento que já não estamos a aguentar”, acrescentou Alfredo Cossa, citado pela Lusa.