A unidade de análise da agência de informação financeira Bloomberg considera que nenhum país africano vai entrar em Incumprimento Financeiro este ano, citando Moçambique, Quénia e Angola como os países com mais dificuldade para pagar a dívida.
“Vários países africanos estão entre os mais vulneráveis relativamente aos pagamentos da dívida, mas não pensamos que nenhuma nação vá entrar em default. Mesmo as três economias mais arriscadas – Moçambique, Quénia e Angola – podem evitar o destino do Gana e da Zâmbia”, escrevem os analistas, numa análise sobre o risco de incumprimento financeiro em 60 economias emergentes.
“Excluindo o Gana e a Zâmbia, que já entraram em ‘default’, Moçambique, Quénia e Angola estão entre os 10 países mais arriscados, mas um olhar mais de perto sobre estes países mostra factores mitigadores em cada um deles”, acrescentam os analistas, vincando que “a maturidade do próximo título de dívida em Moçambique é em 2031, o Quénia tem o apoio do Fundo Monetário Internacional e o petróleo está a dar espaço de manobra a Angola”.
As elevadas taxas de juros, a depreciação das moedas, o abrandamento do crescimento e o aumento dos preços das importações aumentaram o risco de incumprimentos financeiros globalmente, mas especialmente na África subsaariana, diz a Bloomberg Economics.
Sobre Moçambique, a Bloomberg Economics diz que, apesar de ser um país arriscado, o facto de cerca de 40% da dívida externa ser concessional, ou seja, a preços melhores que os do mercado, e de ter um programa do FMI, ajudam o país a dar segurança aos investidores.
Além disso, acrescentam, “a dívida comercial moçambicana é muito baixa, já que os 900 milhões de dólares em títulos de dívida em moeda externa (Eurobonds), que valem 7% da dívida externa, só são devidos em 2031”.
Com Lusa