O Primeiro Ministro português, António Costa, disse nesta Quinta-feira, 01, em Maputo, que, entre os diferentes países que beneficiam do PROCULTURA, Moçambique é o que tem uma mais intensa participação, não só nas candidaturas, mas sobretudo nos resultados, beneficiando de 40% do financiamento global deste programa.
O PROCULTURA é um programa que visa criar emprego sustentável, que visa produzir conhecimento, estimular a inovação, gerar rendimento, mas também promove valores e criatividade.
Falando na cerimónia de apresentação dos projectos subvencionados pelo PROCULTURA, o governante português referiu que a cultura é actualmente geradora e o motor de crescimento, de desenvolvimento, e de produção de riqueza.
No acto, que decorreu na biblioteca do Centro Cultural Português, o governante luso referiu que “o que nos liga essencialmente é a língua e esta é um grande veículo de transmissão, criação e projeção da cultura”. Por este facto, António Costa considera que um programa assente na cultura entre uma comunidade linguística é algo que faz todo sentido.
Na sua intervenção, o governante português defendeu ainda a continuidade deste programa de financiamento a projectos culturais, por considerar ser “um factor fundamental” para aproximar os diferentes países de língua portuguesa.
“Isso permite também aproximar a África da Europa, para dar projeção global e internacional a todos, porque esta era da globalização se faz a partir do conhecimento que todos temos da cultura e quanto melhor nos conhecermos, melhor nos compreendemos e quanto melhor nos compreendermos, mais promovemos a paz e a solidariedade à escala global”, fundamentou.
Em Moçambique estão em curso dez projectos subvencionados, implementados em cinco províncias – Maputo, Inhambane, Niassa, Cabo Delgado e Nampula – representando um valor global de 4 milhões de euros. Entre os dez [projectos], sete são coordenados por entidades moçambicanas. Está ainda em curso o projecto de desenvolvimento de um polo de criação artística contemporânea, em Maputo.
A expectativa é de que estes projetos venham, ao longo dos próximos dois anos, contribuir para a criação de emprego no sector cultural nas áreas da música, artes cénicas e literatura infanto-juvenil e, simultaneamente, promover a comercialização e internacionalização da produção artística dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste, ao nível regional e internacional.
O PROCULTURA apoia 22 projectos subvencionados nos PALOP (Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe) e em Timor-Leste, num total de 7,5 milhões de euros. Estas actividades enquadram-se no PROCULTURA PALOP-TL – Promoção do Emprego nas Atividades Geradoras de Rendimento no Setor Cultural nos PALOP e Timor-Leste, um projecto de 19 milhões de euros, financiado pela União Europeia, cofinanciado e gerido pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., bem como pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Importante referir que no Centro Cultural Português António Costa teve a oportunidade de visitar a exposição “O apetrechar do Tempo”, dos artista moçambicanos, Gonçalo Mabunda, e do português, Francisco Vidal.
Estiveram presentes no evento o embaixador de Portugal, o encarregado de negócios da União Europeia em Moçambique, o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos moçambicano e a Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, a quem António Costa ofereceu um oboé, em reconhecimento do seu papel na dinamização das artes e Cultura a nível dos países falantes da língua portuguesa.