Um total de 411,5 milhões de dólares é quanto Moçambique e Zâmbia preveem investir na construção de uma linha de transporte de electrecidade, numa extensão de 376 quilómetros, para interligar os respetivos sistemas energéticos.
O projecto, que envolve as eléctricas estatais dos dois países, consta de um memorando de entendimento, assinado na última Quarta-feira, 19, pelos dois governos, de acordo com informação da Eletricidade de Moçambique (EDM), citadas pela Lusa.
“No atual cenário energético global, a cooperação regional deixou de ser uma opção para se tornar uma necessidade. À medida que África avança rumo a uma maior integração energética, projectos como este abrem caminho para um continente mais conectado e autossuficiente”, afirmou o presidente do conselho de administração da EDM, Joaquim Ou-chim.
O memorando foi assinado pelo secretário permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, António Manda, e pelo ministro da Energia de Zâmbia, Makoze Chicote.
Segundo a EDM, que tem como parceira a eléctrica zambiana ZESCO, o memorando estabelece o quadro para o desenvolvimento do projecto com uma Linha de Transporte de Energia Elétrica de 400 KV, ligando a subestação de Matambo, em Moçambique, à subestação de Chipata West, no país vizinho.
“Moçambique tem orgulho em desempenhar um papel central na promoção da integração energética regional. Comprometemo-nos a garantir que os nossos vastos recursos energécticos contribuam para a prosperidade do nosso país e da região da África austral”, afirmou António Manda, após a assinatura do documento, rubricado igualmente pelos presidentes da EDM e da ZESCO.
De acordo com a elétrica moçambicana, o projecto “pretende não apenas aumentar a capacidade de fornecimento de energia entre os dois países, mas também reforçar a posição de Moçambique como um actor relevante no mercado energético regional”.
Denominado de Interligação Regional Moçambique – Zâmbia (MOZA), o projecto, já tem o Estudo de Viabilidade Técnico-Económica concluído e a Avaliação de Impacto Ambiental e Social foi aprovada por instituições de financiamento como o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Mundial, garante a EDM.
A empresa recorda que a “parceria energética” entre os dois países tem sido “fortalecida ao longo dos anos”, sendo que em 2024 “cerca de 60% do total de volume de exportações” do sector energético moçambicano destinaram-se ao mercado zambiano.
