O Governo moçambicano espera arrecadar um total de 10,6 milhões de dólares com o leilão de 24 barcos de pesca da Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), uma das envolvidas no conhecido escândalo das “dívidas ocultas”.
“A frota praticamente não tem histórico de pesca, o que garante que os motores Caterpillar e os equipamentos de navegação e pesca estejam em excelente estado. Os atuneiros estão divididos entre embarcações equipadas para a pesca de atum congelado e outras preparadas para a pesca de atum fresco”, refere-se numa nota oficial de apresentação do lote.
As 24 embarcações, das quais 21 são atuneiros e três são arrastões, estão atracadas no Porto de Maputo, e o prazo de licitação vai até 21 de Fevereiro de 2025, acrescenta-se no documento.
De acordo com o comunicado citado pela Lusa, originalmente, os barcos estavam configurados para acomodar oito tripulantes. No entanto, foram realizadas adaptações para suportar uma tripulação de até 14 pessoas.
Nos documentos de suporte à proposta do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE), que a agência de notícias portuguesa diz ter consultado, em novembro de 2023 o Executivo moçambicano previa concluir, no ano passado, a liquidação da EMATUM, no âmbito da Reforma do Sector Empresarial do Estado (SEE).
A Ematum tem como actividade principal a pesca e é uma das três empresas estatais responsáveis pelo processo das dívidas ocultas desencadeado em 2016, envolvendo o alegado suborno de funcionários públicos, incluindo o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, para aprovarem contratos e o financiamento de empréstimos de três empresas estatais (também a Proindicus e a MAM) para a compra de barcos de pesca e equipamento de segurança marítima à Privinvest.