Moçambique garantiu donativos externos de 110,8 milhões de dólares nos primeiros seis meses do ano, segundo dados de um relatório de execução do Governo.
De acordo com os dados do Ministério das Finanças, foram mobilizados neste período 100 milhões de dólares do Banco Mundial, para o programa Acelerar a Transformação do Acesso à Energia Sustentável e Limpa em Moçambique (ASCENT), fechado em Maio.
Acresce um outro financiamento na forma de donativo, de 10,8 milhões de, do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), para o programa Segurança Alimentar e Nutricional Resiliente as Alterações Climáticas para Mulheres, Jovens e Pequenos Agricultores (CREFONS), fechado em janeiro. “Neste período, não foram assinados acordos de crédito [externo]”, acrescenta o documento.
O Banco Mundial vai avançar com uma parceria com Moçambique a cinco anos, apostando no turismo, energia e qualificação dos jovens, anunciou em 20 de Julho, em Maputo, o presidente da instituição, defendendo a urgência de o país estabilizar as contas.
“A primeira coisa que Moçambique deve fazer é um esforço para estabilizar a sua situação macro fiscal. Porque se não se fizer isso, é muito difícil dar estabilidade a uma população e atrair o sector privado”, disse o presidente do Grupo Banco Mundial (BM), Ajay Banga, questionado pela Lusa no final de dois dias de visita ao país africano.
“Têm uma nação jovem e em crescimento. E esse é o vosso dividendo”, sublinhou, apontando a prioridade da “dignidade” de um emprego da população e de qualificar os jovens: “Não temos 30 anos para fazer isto corretamente. Porque se os jovens não tiverem esperança, farão coisas que não queremos, incluindo a migração para outros locais e a instabilidade”.
Banga, que esteve reunido no dia anterior, em Maputo, com o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, defendeu que é necessário “dar uma oportunidade” aos jovens e ao sector privado que cria os empregos.
“Penso que há quatro ou cinco coisas que nós, enquanto instituição, podemos fazer com Moçambique. Criar um quadro de parceria nacional, uma visão a cinco anos, ajudar com energia, com os corredores [três, que ligam os portos ao interior e aos países vizinhos], com a agricultura e as pequenas empresas, com a qualificação e com o turismo”, enumerou, reforçando o apelo para a organização da situação macrofiscal do país.