Moçambique necessita de mais de 37 mil milhões de dólares para alcançar resiliência climática plena – PR

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, disse nesta Quinta-feira, em Belém, Brasil, que o país necessita de mais de 37 mil milhões de dólares para alcançar resiliência climática plena. Daniel Chapo discursava na sessão plenária da 30ª Edição da Cimeira dos Líderes Mundiais sobre Acção Climática (COP 30), onde defendeu decisões globais “corajosas e transformadoras” para…
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Ao discursar na sessão plenária da 30ª Edição da Cimeira dos Líderes Mundiais sobre Acção Climática (COP 30), Daniel Chapo disse que o tempo para buscar soluções globais está se esgotando.
Economia

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, disse nesta Quinta-feira, em Belém, Brasil, que o país necessita de mais de 37 mil milhões de dólares para alcançar resiliência climática plena.

Daniel Chapo discursava na sessão plenária da 30ª Edição da Cimeira dos Líderes Mundiais sobre Acção Climática (COP 30), onde defendeu decisões globais “corajosas e transformadoras” para enfrentar a crise climática, sublinhando a necessidade de financiamento justo e acessível para países mais vulneráveis.

O chefe do Estado alertou para a urgência da acção multilateral, destacando que “o tempo de agir é agora” e que Moçambique necessita de mais de 37 mil milhões de dólares para alcançar resiliência climática plena.

Ao citar o Papa Francisco no início da sua intervenção, o Daniel Chapo moçambicano, citado numa nota da Presidência da República, reforçou o carácter crítico do momento que o mundo atravessa.

“O tempo para buscar soluções globais está se esgotando. Só encontraremos soluções adequadas se agirmos juntos e em acordo”, sublinhou. Segundo disse, a reunião deve ser tratada como prioritária, por dizer respeito “à nossa casa comum, a mãe Terra”, frisou.

O estadista agradeceu ao Governo e ao povo do Brasil pela organização da conferência e destacou o simbolismo de realizar o encontro no centro da Amazónia. “Estamos reunidos no pulmão do planeta”, afirmou, acrescentando que Belém deve inspirar decisões que assegurem uma exploração sustentável dos ecossistemas globais.

Chapo descreveu um cenário internacional marcado por crises interligadas, como conflitos, eventos climáticos extremos, fluxos migratórios e estagnação no financiamento ao desenvolvimento. “Estes desafios exigem mais do que palavras, exigem acção concertada e solidariedade multilateral renovada”, afirmou.

Outrossim, recordou que passaram mais de três décadas desde a Cimeira do Rio e frisou que, embora haja avanços, o ritmo de implementação dos compromissos climáticos é insuficiente para limitar o aquecimento global a 1,5ºC. “Cada fracção de grau importa e cada acção ou omissão tem consequências reais”, avisou.

Sobre Moçambique, o Presidente da República destacou a elevada vulnerabilidade às mudanças climáticas, lembrando que os ciclones Chido, Dikeledi e Jude “deixaram um rasto de destruição” e tiraram mais de 220 vidas nos últimos dois anos. Para atingir resiliência climática, afirmou, o país necessita de cerca de 37,2 mil milhões de dólares, valor que “traduz o custo da adaptação, mas também o valor da esperança de milhões de moçambicanos”.

Apesar dos desafios, o governante destacou progressos nacionais, incluindo a Iniciativa de Preservação da Floresta do Miombo, a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas, programas REDD+ e a aprovação da Estratégia Nacional de Financiamento Climático 2025–2034. “A nossa NDC revê em baixa as emissões em 50 por cento face ao cenário ‘business as usual’”, disse, realçando que o país está aberto à cooperação e ao investimento verde.

O estadista apelou ao cumprimento das promessas de financiamento climático, com destaque para o Fundo de Perdas e Danos, e pediu maior acessibilidade aos mecanismos financeiros internacionais.

“A equidade climática deve reconhecer o direito dos países africanos ao desenvolvimento”, defendeu, reiterando a necessidade de uma transição energética justa que permita uso sustentável dos recursos naturais.

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