Moçambique pretende baixar para 8% do PIB despesa com salário da Função Pública

O Governo moçambicano tem intenção de reduzir, nos próximos quatro anos, o peso dos salários da função pública dos actuais cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB) para 8%, disse aos jornalistas o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, no final de uma audição parlamentar sobre a proposta de lei que define as…
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O desejo do governo moçambicano é ver aprovada pela Assembleia da República uma tabela remuneratória única, acabando com as actuais 103 tabelas salariais que actualmente definem os ordenados.
Economia

O Governo moçambicano tem intenção de reduzir, nos próximos quatro anos, o peso dos salários da função pública dos actuais cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB) para 8%, disse aos jornalistas o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, no final de uma audição parlamentar sobre a proposta de lei que define as regras e critérios para a fixação da remuneração de funcionários e agentes do Estado e demais servidores públicos.

“Neste momento estamos a projectar [para este ano], provavelmente, cerca de 13% do PIB e queremos caminhar, dentro de quatro anos, entre 8% e 9% do PIB”, afirmou Maleiane, justificando o mérito da referida proposta.

De acordo com o ministro das Finanças, para reduzir o peso excessivo das remunerações, o Governo moçambicano pretende que a Assembleia da República aprove uma tabela remuneratória única, acabando com 103 tabelas salariais que actualmente definem os ordenados dos funcionários e agentes do Estado.

“O que vai acontecer é que todo aquele que for enquadrado numa determinada tabela, vai ganhar a mesma coisa”.

Adriano Maleiane, ministro moçambicano da Economia e Finanças

A proposta que o Governo também classifica como “pirâmide salarial”, prevê, por outro lado, a harmonização de critérios para a definição de salários no Estado, colocando no centro da fórmula as habilitações literárias, antiguidade, carreira e idade. O documento impõe 21 níveis salariais, sendo o primeiro para o ordenado mais baixo e o 21.º para o mais alto. A integração em cada um dos níveis vai resultar da avaliação de cada um dos quatro critérios ou qualificadores.

Adriano Maleiane avançou que uma das inovações será o recurso ao salário do chefe de Estado como referência para a fixação dos salários dos titulares de órgãos de soberania.

Entretanto, o artigo que usa o salário do Presidente da República como indexante já foi contestado pela Associação Moçambicana de Juízes, que rejeita a sua aplicação aos profissionais da classe, porque consideram que fere o princípio da separação de poderes.

À imprensa, o governante moçambicano responsável pelo pelouro da Economia e Finanças avançou ainda que a aplicação da nova tabela única de salários para os funcionários e agentes do Estado “vai ter um impacto orçamental imediato de 19 mil milhões de meticais (263 milhões de euros), projectando-se que esse custo caia até ficar abaixo de 10 mil milhões de meticais (138 milhões de euros) de despesa.

Fonte: Lusa

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