O Governo moçambicano traçou a meta de reduzir a taxa de analfabetismo nacional para 23% até 2029, apostando na modernização curricular, na expansão de modalidades de ensino formal e informal e na integração das novas dinâmicas tecnológicas no sistema educativo.
A ministra da Educação e Cultura, Samaria Tovela, sublinhou que o êxito desta estratégia depende de uma acção “coordenada, sustentável e inclusiva”, capaz de alcançar as comunidades mais vulneráveis e contribuir para a “justiça social e o desenvolvimento sustentável” do país.
Apesar dos avanços registados nas últimas décadas, o desafio permanece significativo: 49,4% das mulheres moçambicanas continuam analfabetas e a taxa global de analfabetismo ronda ainda os 38%. A ministra reconhece a urgência de “intensificar” os programas de alfabetização de jovens e adultos, com enfoque particular na participação feminina e na inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais.
O Executivo aposta agora na implementação do Plano de Acção para Aceleração da Alfabetização de Jovens e Adultos, que visa aumentar a taxa de participação dos adultos e criar oportunidades de aprendizagem ao longo da vida. Entre as medidas previstas destacam-se o desenvolvimento de programas integrados de literacia e geração de rendimentos, a diversificação de modalidades de ensino monolingue e bilingue, e a adaptação dos currículos às realidades tecnológicas e socioculturais locais.
O plano prevê ainda o reforço de parcerias estratégicas para diversificação de fontes de financiamento, a melhoria dos mecanismos de gestão, monitoria e avaliação, bem como o investimento contínuo na formação e valorização dos professores e alfabetizadores.
Ao colocar a educação de base no centro da sua agenda de desenvolvimento, Moçambique procura consolidar as bases de uma economia mais competitiva e inclusiva, reconhecendo a alfabetização como instrumento essencial de cidadania e de crescimento sustentável.
*Com Lusa




