A República de Moçambique viu sua perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) melhorada, com o sector de produção de gás natural a pesar na avaliação dos peritos da Moody’s. Apesar da previsão de crescimento da riqueza bruta do país, os experts da agência de notação financeira insistem em manter o rating em Caa2, o quarto pior nível de análise do crédito soberano.
A ajudar a recuperação económica do país do índico africano está, entre outros, o sector de petróleo e de gás natural, que, segundo os analistas, tem perspectiva de progressos nos próximos tempos, com a entrada em funcionamento da central de LNG em Rovuma.
Ou seja, a produção de gás natural no Norte do país será fundamental para a evolução de Moçambique, salientam os analistas da Moody’s, que antecipam o regresso da TotalEnergies a Cabo Delgado no final deste ano, depois da saída, em 2021, devido ao aumento da violência na região.
“As motivações para o outlook (Perspectiva de Evolução) positivo incluem as previsões de melhoramentos abrangentes no perfil de crédito do país, liderado pela produção de Gás Natural Liquefeito (LNG), e os esforços do Governo para fortalecer a governação pública, que pode melhorar, com o tempo, a eficácia política face aos actuais níveis muitos fracos”, lê-se numa nota tornada pública, há dias.
De acordo com os peritos da Moody’s, o rating de Moçambique deve manter-se em Caa2, o quarto pior nível de análise da qualidade do crédito soberano, e que implica um “risco de crédito muito elevado”.
Ainda assim, os analistas apontam que os próximos 12 a 18 meses “serão fundamentais para a Moody’s avaliar “se os níveis de produção de gás natural e a gestão das futuras receitas pelo Governo vão levar a melhorias sustentáveis na robustez fiscal e orçamental do país”.
Para já, a manutenção do rating em Caa2 baseia-se “nas persistentes fraquezas do crédito, que sugerem que ainda há um elevado risco de default (incumprimento financeiro)”, e relacionam-se com “a elevada dívida pública, a exposição a riscos cambiais e a vulnerabilidade à múltiplas fontes de choques, como a segurança e o clima”.
Na mesma avaliação, a Moody’s melhorou em um nível a qualidade do crédito soberano em moeda local, que passou de Caa1 para B3, devido à “melhoria da estabilidade macroeconómica”.
Para os analistas da Moody’s, Moçambique tem conseguido, nos últimos anos, preservar a estabilidade macroeconómica, apesar dos múltiplos choques, como os dois ciclones em 2019, a pandemia da Covid-19 e a guerra no Norte do país, bem como conseguiu também introduzir melhorias orçamentais e de eficiência da política monetária.