Mudar o mundo

Para Henry Ford e para as gerações de peritos da indústria automóvel que lhe sucederam, a linha de montagem da fábrica da Tesla seria considerada ineficiente: cada robô deveria desempenhar apenas uma tarefa antes de o automóvel avançar para o Transformer seguinte. Uma crítica que vale cerca de 2,8 mil milhões de euros, para sermos mais…
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Se Elon Musk, o visionário presidente da Tesla Motors, é o sucessor natural de Steve Jobs, isto quer dizer que a Tesla é a Apple dos automóveis
Negócios

Para Henry Ford e para as gerações de peritos da indústria automóvel que lhe sucederam, a linha de montagem da fábrica da Tesla seria considerada ineficiente: cada robô deveria desempenhar apenas uma tarefa antes de o automóvel avançar para o Transformer seguinte. Uma crítica que vale cerca de 2,8 mil milhões de euros, para sermos mais precisos.

Os críticos dizem que a Tesla perde dinheiro por cada carro que vende. Com prejuízos na ordem dos 275 milhões de euros em 2014 e 844 milhões de euros em 2015, fica a dúvida: quando é que a empresa começa a dar lucros?

Os fãs da marca e de Elon Musk optam por ignorar as perdas da empresa no curto prazo, sublinhando antes o facto de a Tesla produzir carros eléctricos altamente atractivos: andam mais depressa, têm maior autonomia que outros congéneres e são mais seguros do que os carros com motor de combustão interna.

Tudo, ou praticamente tudo, o que Musk faz é motivado, até certo ponto, pela sua preocupação com as alterações climáticas e os combustíveis fósseis, que grande parte dos cientistas acredita ser um dos principais causadores dessas mudanças. A Tesla, a SolarCity e mesmo a SpaceX, a par do ambicioso plano de construir uma colónia humana em Marte, têm subjacente a luta ou a adaptação às alterações climáticas.

Aventure-se numa viagem ao coração da empresa mais inovadora do planeta – que até pode vir a ter uma fábrica em Portugal.

O empresário multimilionário diz que a “gigafábrica” da Tesla nos EUA, que contou com um investimento de 4,7 mil milhões de euros e estará a operar na sua capacidade máxima em 2018, é um modelo, ou um caminho possível para o mundo transitar para as energias sustentáveis. Para Portugal, que poderá receber a gigafábrica da Tesla na Europa, estas são boas notícias. Mas nada está ganho. Falta ganhar a confiança da empresa mais inovadora do mundo – algo que o Governo já anunciou estar a trabalhar e que o ministro da Economia revela em entrevista na edição de Janeiro de 2017.

 

 

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