Mulheres de África são das que mais empreendem, mas falta-lhes financiamento

O número de mulheres empreendedoras em África é das mais altas do mundo, mas faltam cerca de 200 mil milhões de dólares de financiamento para as empreendedoras africanas, segundo avançou nesta Quinta-feira, 23, a directora do programa . A informação foi avançada nesta Quinta-feira pela diretora do programa Women Entrepreneurs Finance Initiative (We-Fi) - do…
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Metade das mulheres nos mercados emergentes veem o empreendedorismo como um caminho para sair da pobreza e entrar na prosperidade, segundo a directora do programa Women Entrepreneurs do Banco Mundial.
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O número de mulheres empreendedoras em África é das mais altas do mundo, mas faltam cerca de 200 mil milhões de dólares de financiamento para as empreendedoras africanas, segundo avançou nesta Quinta-feira, 23, a directora do programa .

A informação foi avançada nesta Quinta-feira pela diretora do programa Women Entrepreneurs Finance Initiative (We-Fi) – do Banco Mundial, Wendy Teleki, durante a Conferência Novafrica 2022 sobre o Desenvolvimento Económico na Nova School of Business & Economics, em Carcavelos, concelho de Cascais.

Wendy Teleki Citou dados recentes do Global Entrepreneurship Monitor, que indica que 17% das mulheres nos mercados emergentes são empreendedoras e outras 35% aspiram a sê-lo. “Metade das mulheres nos mercados emergentes veem o empreendedorismo como um caminho para sair da pobreza e entrar na prosperidade, o que representa o dobro das mulheres que o desejam nos países desenvolvidos”, frisou.

A directora acrescentou ainda que em África, o nível de empreendedorismo feminino é mais elevado do que em quase todas as regiões do mundo, seja por necessidade, seja por oportunidade.

Para Teleki, a importância de as mulheres serem empreendedoras é que a probabilidade de elas empregarem outras mulheres é cinco a seis vezes maior do que se forem homens empreendedores, pelo que apoiar empreendedoras contribui para gerar emprego. “Além disso, as mulheres aplicam o dinheiro que ganham nas suas famílias e nas comunidades, o que promove o desenvolvimento económico”, disse.

Apesar destas vantagens, as mulheres empreendedoras no mundo têm falta de financiamento, realçou a diretora do We-Fi, citando números da Corporação Financeira Internacional, segundo os quais faltam 1,7 biliões de dólares de financiamento para as mesmas, dos quais 200 mil milhões de dólares para África.

De acordo com a responsável, em causa está o facto de os sectores a que as mulheres se dedicam, nomeadamente o dos serviços ou do comércio, produzirem menos lucros e serem, portanto, menos atractivos para os investidores.

Outro factor tem que ver com a falta de mulheres no sector financeiro. “Se houver uma mulher sentada na mesa do investidor a tomar decisões, é duas vezes mais provável que o investimento seja aprovado”, enfatizou. Mas, lamentou, “há uma grande falta de mulheres a tomar decisões no sector financeiro em África”.

Teleki explicou que o We-Fi, é financiado por 14 governos, trabalha com os bancos de desenvolvimento que financiam projectos em África para que incentivem as instituições financeiras a desenvolverem produtos que sirvam as mulheres mais eficazmente.

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