Apesar de constituírem cerca de 50% da população, as mulheres continuam a representar um papel mínimo na indústria energética africana, respondendo por apenas 21% da força de trabalho geral nas concessionárias de energia, tal como indica o site da African Energy Week (AEW), Semana da Energia da África, traduzido em português.
O site refere que a contínua disparidade de gênero, desigualdade e barreiras à entrada, não apenas impedem directamente as mulheres de participar da indústria de energia, como restringem também drasticamente o crescimento económico e do sector.
“À medida que o continente se move para fazer uma transformação significativa no sector de energia – com base em novas descobertas, uma mudança para soluções renováveis e tecnologia em evolução – as mulheres têm um papel fundamental a desempenhar na condução do futuro energético da África”, refere o documento publicado esta semana.
Por este facto, a AEW que acontecerá na cidade do Cairo (Egipto), entre 9 e 12 de Novembro, pretende enfatizar o papel que as mulheres desempenharão no futuro energético da África. A AEW-2021 considera as mulheres os principais impulsionadores da revolução energética do continente berço, defendendo, por isso, uma inclusão mais notável desta força de trabalho no sector.
No mesmo diapasão alinha o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, que ao intervir no 4º Fórum Empresarial da África 2021, afirmou: “se você deixar de fora as mulheres, que compõem 50% da população, você bloqueou 50% da força de trabalho e reduziu sua capacidade de crescimento em 50%”.
No entanto, mesmo aquelas envolvidas na indústria de energia continuam a desempenhar um papel insignificante em comparação com seus colegas do sexo oposto [masculino].
Como observa o Programa de Assistência à Gestão do Sector de Energia do Banco Mundial, a proporção média de mulheres que trabalham em cargos técnicos na indústria de energia foi de 15%, com a maioria delas a trabalhar em cargos administrativos.
Estudos mostraram, no entanto, que as empresas com mulheres em posições de antiguidade e liderança têm uma taxa de sucesso mais alta em comparação com as organizações dominadas por homens.