A jurista angolana e fundadora da NF – CONFOJUR, Nádia Feijó, defende que o compliance deixou de ser apenas um exercício de gestão de processos ou de cumprimento de normas. Hoje, sublinha, deve ser encarado como um instrumento estratégico para atrair investimento de qualidade, proteger os activos nacionais e sustentar o desenvolvimento da economia.
A também coordenadora das actividades do Compliance Women Committee (CWC) para África Lusófona interveio no painel “A geração do futuro”, integrado no Forbes África Lusófona Annual Summit Angola 2025, onde destacou que, no actual contexto de expansão das empresas nacionais, o mercado angolano tem vindo a captar o interesse crescente de organizações multinacionais.
“Falamos muito sobre atracção de investimentos e formação adequada do capital humano. Mas como é que essas organizações internacionais vão posicionar-se no nosso mercado, quando não asseguramos o mínimo, que é o cumprimento das normas de compliance?”, questionou.
Ao abordar a escassez de investimento para startups e o papel da banca comercial neste processo, Nádia identifica como obstáculo central a ausência de instrumentos básicos de governação, como um Código de Conduta ou um Acordo de Sócios.
“O investidor não vai aceitar colocar o seu dinheiro numa empresa que não está minimamente estruturada. Daí a necessidade de pensarmos o compliance numa perspectiva de país, para reduzir riscos e criar confiança. O mesmo aplica-se às startups, porque as micro, pequenas e médias empresas são um motor fundamental do crescimento económico”, reforçou.
Além de promover a Conferência Angolana de Compliance, o Fórum Anual de Fomento ao Compliance e o evento “Compliance ao Pôr do Sol”, Nádia Feijó foi ainda mentora da 1.ª edição da Startup Day Bay NF, uma iniciativa concebida para facilitar o acesso das jovens empresas ao investimento, de forma célere, estruturada e segura.





