Nelma Fernandes assume presidência da CE-CPLP

A Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) anulou a anterior votação, que havia eleito o o empresário cabo-verdiano Marcos Rodrigues, e realizou uma nova, depois de comprovar que nem todos os países tinham condições para votar, que culminou com a eleição, "por unanimidade", pelos seis países presentes, da guineense Nelma Fernandes…
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A antiga vice-presidente da Comissão Executiva sucede no cargo o moçambicano Salimo Abdula, colocando assim, pela primeira vez, a Guiné-Bissau na liderança da Confederação Empresarial da Comunidade.
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A Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) anulou a anterior votação, que havia eleito o o empresário cabo-verdiano Marcos Rodrigues, e realizou uma nova, depois de comprovar que nem todos os países tinham condições para votar, que culminou com a eleição, “por unanimidade”, pelos seis países presentes, da guineense Nelma Fernandes como nova presidente da organização.

Um comunicado da CE-CPLP enviado à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA explica que a comissão eleitoral e a mesa da assembleia verificaram que, na anterior eleição, “cinco países não tinham demonstrado capacidade para votar”, daí a necessidade de se anular o processo eleitoral e a convocação de uma nova data, acabando por se realizar o pleito na passada Segunda-feira, 12.

“Cabo Verde não esteve presente, Angola e São Tomé e Príncipe não comprovaram a capacidade eleitoral activa”, lê-se no documento.

A antiga vice-presidente da Comissão Executiva sucede no cargo o moçambicano Salimo Abdula, que liderou durante cerca de nove anos a organização, colocando assim, pela segunda vez, a Guiné-Bissau na liderança da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

“Desta forma, dá-se por concluído o processo eleitoral, depois de uma primeira volta em que a Comissão Eleitoral e a Mesa da Assembleia consideraram o ato nulo”, conclui o comunicado.

Mobilidade entre as prioridades

Entretanto, nas suas primeiras declarações como presidente eleita da CE-CPLP, Nelma Fernandes elegeu o tema da mobilidade como a principal prioridade do seu mandato e defendeu a criação de um fundo de investimentos no espaço lusófono.

“As principais prioridades são a agenda da comunidade dos países da CPLP. A função da CE-CPLP é ir buscar ferramentas para aquilo que nos solicitam. Temos o tema da mobilidade, que os países assinaram os acordos, e essa mobilidade, na verdade, deve ser efectivada, porque está assinada em papel, mas temos de criar as condições para as ligações aéreas, marítimas e terrestres para os países que for possível”, disse.

Outro dos grandes objectivos é ajudar as empresas a fazerem mais negócios no espaço lusófono, principalmente tendo em conta o abrandamento económico decorrente do impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Sobre o banco de desenvolvimento da CPLP, que foi uma das ideias defendidas pela anterior Direcção, Nelma Fernandes afirmou que a criação de uma instituição bancária da competência dos Estados e contrapõe com a criação de um fundo específico para investimentos na CPLP.

“Pode haver outras ferramentas financeiras. O banco é do interesse comum de todos, mas um banco de desenvolvimento tem de ser dos próprios países-membros, num contexto em que a CE-CPLP vá buscar as ferramentas para complementar. Um banco tem outro cariz e é matéria dos Estados-membros. A nossa agenda é comum, não é só minha, somos nove países e trabalhamos em conjunto, é fundamental olhar para as empresas, os nossos associados, e perceber as reais necessidades que têm para os podermos depois ajudar”, referiu.

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