As novas turbinas eólicas que chegaram a Cabo Verde são cinco vezes mais potentes que as existentes, geram energia mesmo com ventos fracos e devem começar a produzir os primeiros quilowatts em Outubro, anunciou a Cabeólica.
“As turbinas atuais têm uma potência nominal de 850 kW, enquanto estas chegam aos 4.500. Estamos a falar de unidades cinco vezes mais potentes, capazes de produzir mais energia e garantir que a energia eólica represente até 30% da produção nacional”, disse o director técnico da Cabeólica, Valdemar Lopes, no Porto da Praia, durante a retirada dos materiais do navio que atracou no Sábado passado.
Após instaladas, estas turbinas serão as “estruturas mais altas do país”, com 105 metros até ao ‘hub’ e cerca de 180 metros até à ponta da pá, segundo o representante.
O projecto insere-se nas metas nacionais de transição energética para 2025/2026, que passam por elevar para pelo menos 30% a quota de renováveis na matriz eléctrica e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
Até 2030, Cabo Verde pretende atingir 50% de energia renovável. “Com esta expansão, o país torna-se menos dependente de fatores internacionais que não controlamos, garantindo maior sustentabilidade e segurança energética”, acrescentou.
Segundo o responsável, enquanto as turbinas existentes começam a gerar energia a partir de ventos de quatro metros por segundo, estas produzem já a partir de três, garantindo maior eficiência.
São também tecnologicamente mais avançadas, ajustando-se às complexidades das redes insulares. As novas turbinas integram o projecto de expansão da Cabeólica, cujas componentes incluem pás, torres e naceles.
O transporte para o Parque Eólico de Santiago começa a 03 de Setembro e deverá durar cerca de duas semanas.
“Tivemos de estudar todo o trajecto, desde o porto até ao Parque Eólico, ajustando o percurso por ruas da cidade, devido às pás de até 75 metros. É um desafio logístico, mas tudo está a decorrer conforme o cronograma”, afirmou Valdemar Lopes.
As operações de transporte vão atravessar zonas na cidade da Praia como Lém Ferreira, Achada Grande, aeroporto e São Francisco, com apoio de várias entidades, incluindo a Polícia Nacional, para minimizar impactos no trânsito.
Os equipamentos, diz a Lusa, serão deslocados sobretudo fora das horas de ponta. Empresas internacionais especializadas em logística e instalação de turbinas apoiam todo o processo.