Odebrecht passa no ‘due diligence’ e ganha obra de 547,8 milhões USD adjudicada pela Sonangol

Após um rigoroso processo de due diligence e de compliance levado a cabo pela companhia norte-americana Trace, a Sonangol decidiu adjudicar a obra para a construção do terminal oceânico da barra do Dande à Odebrecht Engenharia e Construção Internacional (OECI), num contrato de empreitada avaliado em 547,8 milhões de dólares. A decisão foi tornada pública…
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Construtora sucede a Atlantic Ventures, Sociedade de Desenvolvimento e Gestão Portuária, uma entidade escolhida anteriormente para erguer o porto do Dande mas que não viu a luz do dia, com revogação.
Economia

Após um rigoroso processo de due diligence e de compliance levado a cabo pela companhia norte-americana Trace, a Sonangol decidiu adjudicar a obra para a construção do terminal oceânico da barra do Dande à Odebrecht Engenharia e Construção Internacional (OECI), num contrato de empreitada avaliado em 547,8 milhões de dólares.

A decisão foi tornada pública esta Segunda-feira, 9, pela petrolífera estatal e surge na sequência do concurso público internacional lançado a 28 de Janeiro deste ano, em que oito concorrentes – cinco empresas individuais e três associações de empresas – lançaram-se no desafio com propostas diversas. Um dos consórcio, apurou a Forbes, reunia as empresas Mota-Engil, Omatapalo, Griner e Casais.

Do ‘pente-fino’ que durou quase oito meses, a construtora com origem no Brasil, a Odebrecht, foi a escolhida, com a melhor proposta técnica de empreitada e o melhor preço, deixando assim pelo caminho um bloco de congéneres. Aliás, antes mesmo disso, a construção do Porto da Barra do Dande já tinha sido adjudicada a outra companhia, a a Atlantic Ventures, Sociedade de Desenvolvimento e Gestão Portuária.

Só que, por determinação do Presidente da República, João Lourenço, o projecto que colocava a Atlantic Ventures como a principal construtora daquele porto, num regime de concessão por 30 anos, foi revogado, uma obra inicialmente avaliada em 1,5 mil milhões de dólares.

Assim, além da construção do terminal oceânico da barra do Dande, à Odebrecht foi ainda incumbido os trabalhos de conclusão do parque de armazenamento de produtos refinados e construção da doca de atracação de navios.

De acordo com o documento que anuncia os detalhes da empreitada, trata-se de um projecto estruturante para a economia angolana, em virtude da necessidade de o país se dotar de um terminal oceânico com vista a assegurar a manutenção de reservas estratégicas nacionais (580.000 metros cúbicos de combustíveis líquidos — gasolina e gasóleo – e 102.000 metros cúbicos de LPG [gás liquefeito de petróleo]) e desenvolvimento da indústria petrolífera.

O documento dá ainda destaque de que o projeto é “uma alavanca importante para o crescimento económico — por via do aumento das exportações — contribuindo para a balança comercial do país”.

Para já, e como forma de fazer cumprir prazos de execução do contrato, com um período de vigência de 36 meses, 17 dos quais para a execução dos trabalhos, a petrolífera estatal solicita à OECI, em coordenação com a direção do projeto, que inicie já a sua mobilização para o ‘site’ do terminal oceânico da barra do Dande, tendo como objectivo o arranque das atividades definidas no plano de trabalhos, no decorrer do mês em curso.

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