A responsabilidade de financiar sistemas de saúde em África sólidos e resilientes recai sobre os governos, disse recentemente o director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus que na abertura da Cimeira Africana sobre Soberania Alimentar, que se realizou esta Quarta-feira, 07, no Gana, país da África Ocidental, a fonte mais eficiente e equitativa de financiamento da saúde é o orçamento nacional.
A reunião ocorreu num contexto marcado por cortes drásticos na ajuda internacional impostos pelos Estados Unidos da América e por vários países europeus, que colocaram em risco a saúde e a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em África.
Além disso, o continente enfrenta actualmente múltiplas emergências sanitárias, incluindo a epidemia de Monkeypox (mpox) e cólera.
“Tanto o capital privado como o capital filantrópico são muito importantes, mas só podem complementar o financiamento público e não devem substituí-lo”, salientou o dirigente da OMS.
Segundo Tedros, “mais dinheiro por si só não é suficiente, o importante é a eficácia com que esse dinheiro é utilizado”, uma vez que, de acordo com os dados da OMS, “até 13% dos orçamentos de saúde dos países de rendimento baixo e médio acabam por não ser utilizados devido a sistemas financeiros públicos fracos”, afectados por elevadas taxas de corrupção, por exemplo.
“Isso é dinheiro perdido, mas, mais importante ainda, significa vidas perdidas”, afirmou.
Entre as soluções que a OMS está a promover em conjunto com os governos africanos e de todo o mundo, diz a Lusa, estão o desenvolvimento de pacotes de serviços de saúde essenciais e políticas rentáveis; o estabelecimento ou aumento de impostos sobre o tabaco, o álcool e as bebidas açucaradas; o investimento na produção local de medicamentos e sua aquisição conjunta a nível continental, entre outros.