A Associação Minuto Verde – Quercus Angola pediu “suspensão temporária” do acordo para estudo ambiental independente, manifestando “profunda preocupação” com o acordo assinado entre as autoridades angolanas e a canadiana ReconAfrica para a exploração petrolífera na Bacia Etosha-Okavango.
“Queremos aqui recomendar [às autoridades] que se leve em consideração determinados elementos como a suspensão temporária do acordo até à realização de um estudo de impacto ambiental rigoroso, independente e participativo”, frisou o presidente da organização não-governamental de defesa e protecção do ambiente em Angola, Rafael Lucas.
De acordo com o líder associativo, o desenvolvimento do país não pode ser dissociado da sustentabilidade ambiental e o futuro de Angola deve ser construído com base numa economia verde. “Uma economia resiliente e inclusiva, priorizando assim fontes renováveis de energias e investimento que respeitem na verdade o meio ambiente e os direitos das populações locais”, referiu o responsável, citado pela Lusa.
Rafael Lucas defendeu a necessidade da criação, a nível local, de um grupo de acompanhamento com representantes das organizações ambientais, sociedade civil, comunidades locais e autoridades ambientais para monitorarem todas as fases do processo.
O presidente do associação Minuto Verde manifestou também “profunda preocupação” pela assinatura do referido acordo, recordando que a Bacia do Okavango abrange províncias de alta sensibilidade ecológica, nomeadamente Cunene, Cuando, Cubango e Moxico.
De recordar que a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) de Angola assinou um memorando de entendimento com a canadiana ReconAfrica para exploração de hidrocarbonetos numa área de 5,2 milhões de acres da bacia Etosha-Okavango.