Opinião

Solopreneur: o empreendedor dos tempos modernos

Lígia Monteiro

Lígia Monteiro
O solopreneur é um conceito relativamente recente que veio representar uma revolução na maneira como encaramos o trabalho e os negócios, trazendo profundas mudanças no mercado de trabalho e na cultura empresarial. De acordo com a Census Bureau, mais de 5 milhões de negócios foram criados por empreendedores independentes só no ano de 2023 e…

O solopreneur é um conceito relativamente recente que veio representar uma revolução na maneira como encaramos o trabalho e os negócios, trazendo profundas mudanças no mercado de trabalho e na cultura empresarial. De acordo com a Census Bureau, mais de 5 milhões de negócios foram criados por empreendedores independentes só no ano de 2023 e a tendência é ascendente.

Nos tempos que correm (especialmente na camada juvenil) existe cada vez mais a ânsia e procura pela originalidade, irreverência e marca própria. Antes de mais nada é preciso definir: um “solopreneur” é alguém que através do seu capital próprio inicia o seu negócio/projecto sem o suporte de um co-founder ou trabalhadores associados. Claro que pela descrição salta imediatamente à vista os aspectos menos positivos de um empreendedor que opere sozinho, como a limitação de recursos ou a imensa sobrecarga laboral, mas é importante reter que aquilo que estes diligentes mais procuram é a flexibilidade e autonomia de desenvolverem os seus ativos de acordo com os seus interesses. Outra das vantagens adjacentes e talvez uma das mais apelativas de acordo com vários sociólogos: as pessoas estão cada vez mais a procura de ganhar dinheiro fora dos moldes tradicionais que conhecemos.

Tendo várias ferramentas de comunicação e várias plataformas de gestão à disposição de qualquer indivíduo, é hoje possível efectuar projectos e serviços a partir de qualquer parte do mundo sem a necessidade de uma equipa extensiva.

Com o custo de vida cada vez mais alto e a economia global cada vez mais instável, é insustentável ter apenas uma forma de rendimento fixo. Existe uma necessidade crescente de nos reinventarmos e procurarmos alternativas e não é por acaso que há um maior nível de interesse pelo mercado acionista, com maior destaque para o crowdfunding e criptoativos (dinheiro digital).

O crescimento do solopreneurismo está amplamente ligado com a globalização e com o reflexo de uma sociedade em evolução onde o trabalho procura adaptar-se às necessidades individuais de cada um.

*Lígia Monteiro, analista de Política Internacional

Artigos Relacionados

Até onde o Direito Internacional pode ou não interferir num país soberano, no caso de Moçambique?

Por
Wilker Dias
Wilker Dias

Conflito pós-eleitoral em Moçambique: o drama social e económico

Por
Dércio Alfazema
Dércio Alfazema

O Rui Mingas – um ano depois

Por
Nilza Rodrigues
Nilza Rodrigues

Educação Financeira – A Base para um Futuro Mais Consciente

Por
Elsa Marques
Elsa Marques

Um olhar moderno sobre a Guiné-Bissau

Por
Aissatu Ture
Aissatu Ture

O censo e a sua importância económica

Por
Norberto Benjamim
Norberto Benjamim

Sobre a situação de Moçambique e o impacto na SADC, nos PALOP e África: Integridade Eleitoral

Por
Luís Jimbo
Luís Jimbo

Operacionalização do Novo Aeroporto Internacional: estratégias para uma transição segura e eficiente

Por
António Pombal
António Pombal

Perspectivas económicas para 2025: um olhar sobre os desafios e oportunidades numa visão narrativa

Por
Sandra Camelo
Sandra Camelo

Solopreneur: o empreendedor dos tempos modernos

Por
Lígia Monteiro
Lígia Monteiro