Orfeão local, no âmbito do projecto “Resistência e Afirmação Cultural”, da iniciativa Procultura criou esta Quinta-feira, 29, em Leiria, uma versão contemporânea do Tchiloli, manifestação cultural de São Tomé e Príncipe.
O director artístico, também responsável pela direcção da Camerata, Mário Teixeira antecipou que o renovado Tchiloli cruzará dança contemporânea, música, multimédia e teatro.
“A ideia é recriar: não fugir completamente daquilo que é a génese, que é a origem [do Tchiloli], mas dar-lhe outra vida”, explicou Mário Teixeira.
O conservatório de artes de Leiria, representante português no projecto que junta os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Leste, escolheu recriar uma versão moderna do espectáculo que junta teatro, música e dança para contar a tragédia do imperador Carlos Magno, obrigado a decidir entre a aplicação da lei e a condenação do próprio filho.
De acordo com algumas fontes, o teatro tradicional Tchiloli é interpretado desde o século XVI, sendo uma manifestação cultural que São Tomé e Príncipe pretende ver declarada património imaterial da humanidade.
“Através da dança, da música e de alguns autores e escritores de São Tomé, vamos fazer uma recriação de Tchiloli e também musicar alguma dessa tradição, através de letras inéditas e fazendo também músicas específicas com poemas de lá”, explicou o director-executivo e artístico da produção, Mário Teixeira.
Em Leiria, a residência de criação contemporânea começa, na Black Box, envolvendo quatro dezenas de elementos de estruturas do Orfeão: a Camerata, o Coro de Câmara, alunos dos departamentos de dança e de músicad e equipa multimédia.
As composições originais são de Mário Nascimento, “que compôs a partir de poemas são-tomenses”, e as coreografias de Ana Filipa Pedro, ambos professores no conservatório.