O Programa Alimentar Mundial (PAM) garante apoiar com aproximadamente 266 mil dólares o projecto de erradicação da pobreza, um dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), através da fomento da agricultura mecanizada.
O projecto piloto será implementado na localidade de Cumpanghor, concretamente na região de Gabú, que apresenta uma elevada prevalência de desnutrição crónica (30,5%) que, segundo o instituto Nacional de Estatística da Guiné-Bissau, afecta crianças menores de cinco anos e por altas taxas de insegurança alimentar que muitas vezes ultrapassam os 30%, durante os períodos de escassez.
Em declarações à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, a governadora da região de Gabú, Elisa Pinto, disse que a Guiné-Bissau reúne todas as condições, desde solo fértil, chuva em abundância durante 6 meses, argumentando que, com isso, não há necessidade desta região e, consequentemente, o país ficar refém apenas da campanha sazonal da castanha de caju.
“Estaremos a empoderar a nossa população e a investir na segurança alimentar. Este projecto de erradicação da pobreza é extensível às ameaças ambientais, provocando uma desflorestação desmedida que têm vindo a acontecer há anos no país”, lamentou.
Elisa Pinto lembrou ainda que o projecto “Tabanka Sustentável”, abraçado pelo Governo central, através do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural e pelo PAM, foi oficialmente inaugurado no dia 24 de Julho, embora os trabalhos tiveram início antes com formação técnica, sensibilização no terreno, que fazem parte dos seis eixos estipulados, nomeadamente desenvolvimento sustentável de arroz, sector da batata-doce, horticultura, avicultura e formação de jovens e mulheres.
“Temos de trabalhar no que concerne ao plano de desenvolvimento da região leste, tendo como base os ODS 2030, neste caso em concreto o primeiro Objectivo de Desenvolvimento Sustentável, e no nosso caso em específico a agricultura, que é um meio para erradicar a pobreza”, elencou a governadora.
A população da aldeia de Cumpanghor, tabancas e arredores é estimada em 2710 pessoas que vivem, principalmente de actividades do sector primário, agricultura de subsistência e pecuária.