Papa Leão XIV herda um dos bancos mais exclusivos do mundo

O Papa Leão XIV pretende dar continuidade ao legado de Francisco e limpar um dos bancos mais exclusivos do mundo - o Instituto para as Obras de Religião (IOR), ou Banco do Vaticano, como é conhecido, que presta serviços bancários tradicionais e supervisiona os investimentos das instituições ligadas à Igreja. De acordo com a Bloomberg, o Papa…
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Gestão do banco é feita a partir dos escritórios junto à Praça de S. Pedro, no Vaticano, por Jean-Bapstiste Douville de Franssu, um antigo executivo da empresa de gestão de fundos Invesco Ltd., e Gian Franco Mammi.
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O Papa Leão XIV pretende dar continuidade ao legado de Francisco e limpar um dos bancos mais exclusivos do mundo – o Instituto para as Obras de Religião (IOR), ou Banco do Vaticano, como é conhecido, que presta serviços bancários tradicionais e supervisiona os investimentos das instituições ligadas à Igreja.

De acordo com a Bloomberg, o Papa Leão XIV indicou que pretende dar continuidade ao processo iniciado pelo seu antecessor, Francisco, para limpar aquele instituto, que, apesar de não fazer parte do orçamento anual principal da Santa Sé, é uma das instituições-chave na gestão financeira do Vaticano, partilhando com a Administração do Património da Sé Apostólica a responsabilidade pela gestão dos imóveis e bens da Santa Sé.

A gestão do banco é feita a partir dos escritórios junto à Praça de S. Pedro, no Vaticano, por Jean-Bapstiste Douville de Franssu, um antigo executivo da empresa de gestão de fundos Invesco Ltd., e Gian Franco Mammi. São eles que fazem a gestão dos 5,7 mil milhões de euros daquele banco – uma ninharia, quando comparado com outros em Londres ou Nova Iorque, mas que continua a atrair dinheiro novo.

No ano passado, os lucros do banco aumentaram cerca de 7% para 32,8 milhões de euros – que serão inevitavelmente usados para pagar dividendos à Igreja, pelo que não compensarão o buraco deixado no orçamento do Vaticano devido à diminuição das doações mundiais, custos administrativos e contas de aposentadoria.

Para 2024, o conselho de administração do IOR propôs um dividendo de 13,8 milhões de euros à Comissão de Cardeais, que utiliza esse dinheiro para pagar actividades ligadas à religião e à caridade ou como contribuição para os cofres da Santa Sé.

Nos últimos anos, os dividendos têm sido cada vez mais baixos, o que, segundo Mammì, reflete os esforços do banco para controlar melhor as suas finanças.

Segundo a Bloomberg, citada pela Lusa, esta trajectória mostra que o banco está a esforçar-se por se ver livre da sua reputação de má gestão e secretismo, estando envolvido em vários escândalos públicos relacionados com perdas de investimento, investigações criminais e casos amorosos clandestinos.

Embora a Santa Sé como um todo não tenha publicado um relatório orçamental completo desde 2022, as últimas contas para 2024 incluem um défice de cerca de 70 milhões de euros, de acordo com o diário italiano República.

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