O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, anunciou esta semana a criação de uma linha de crédito de 500 milhões de euros destinada a incentivar o investimento de empresas portuguesas em Moçambique, reforçando a cooperação económica entre os dois países num momento considerado estratégico para a estabilização e recuperação do país africano.
O anúncio foi feito ao lado do Presidente moçambicano, Daniel Chapo, durante a conferência de imprensa de encerramento da VI Cimeira Portugal–Moçambique, realizada no Palácio da Bolsa, no Porto, e que contou com a presença de cerca de duas dezenas de governantes dos dois lados.
Para Lisboa, o instrumento financeiro funciona como um sinal de confiança na economia moçambicana e como um incentivo à internacionalização das empresas portuguesas num mercado considerado prioritário.
“Queremos com isso significar a confiança que temos na economia de Moçambique e dizer às empresas portuguesas que estamos ao lado delas no processo de internacionalização”, afirmou Montenegro, sublinhando que a linha de crédito terá aplicação multissectorial, abrangendo áreas como obras públicas, agricultura, energia, água, transportes e turismo, sectores considerados centrais para o crescimento de Moçambique.
O chefe do Governo português esclareceu que o mecanismo será implementado de forma faseada: no primeiro ano, estarão disponíveis 100 milhões de euros, aumentando progressivamente até alcançar o montante total previsto de 500 milhões de euros. A apresentação dos projectos caberá às empresas interessadas, sendo a avaliação realizada conjuntamente por autoridades portuguesas e moçambicanas, adiantou, citado pela Lusa.
Numa mensagem final, Montenegro sublinhou que a relação entre Portugal e Moçambique é “de todos os dias, dos bons e dos maus momentos”, defendendo que o potencial económico e institucional desta parceria deve ser colocado “ao serviço das pessoas”, com impacto directo no desenvolvimento sustentável e na criação de oportunidades.
