O Presidente de Angola, João Lourenço, garantiu esta Sexta-feira, 15, na cidade de Beijing, China, que foram desbloqueados, em grande medida, os constrangimentos apresentados pelo seu país relativamente aos compromissos com bancos e instituições credoras chinesas, encontrando-se assim medidas de alívio que não prejudicam os interesses de nenhuma das partes.
João Lourenço falava no final de um encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, no âmbito de uma visita de Estado de três dias que efectua à República da China, a convite do seu homologo, Xi Jinping.
Segundo o líder angolano, foi atendido, pela parte chinesa, o pedido de extensão do prazo para desembolso do financiamento da construção da barragem de Caculo Cabaça. “De igual modo, solicitámos da parte das autoridades chinesas que intercedessem a nosso favor nas conversações que decorreram com o consórcio ICBC/EximBank, financiador das obras de construção da barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça, para atender ao nosso pedido de extensão do prazo para desembolso do financiamento da construção da barragem e que igualmente fomos bem-sucedidos, o que agradecemos desde já”, frisou.
No que tem que ver com o investimento privado directo de investidores chineses em Angola, para além do que vier a ser dito no Fórum Empresarial amanhã, o chefe de Estado angolano manifestou o desejo de ver empresários chineses como accionistas na refinaria do Lobito, em fase de construção, assim como a aquisição de interesses participativos em blocos petrolíferos, onde diz existir disponibilidade, tanto em offshore como em onshore”.
Encorajou igualmente a aposta na indústria de produção de sílica cristalina para células fotovoltaicas, indústria petroquímica para a produção em grande escala de amónia, ureia e outros produtos.
A linha de financiamento da China, que serviu sobretudo para financiar investimento público de infra-estruturas, revelou, gerou uma dívida pública que hoje está em cerca de 17 mil milhões de dólares americanos, “que Angola tem vindo a honrar junto dos bancos e instituições financeiras credoras chinesas”.
Desse valor, concluiu, precisou, cerca de 12 mil milhões de dólares americanos foram contraídos junto do Banco de Desenvolvimento Chinês (CDB) e do EximBank, com colateral do petróleo e cláusulas de reembolso que sobrecarregam o serviço da dívida.