O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, anunciou recentemente que será candidato independente às eleições presidenciais de 23 de Novembro, mas está aberto a apoios de partidos e grupos de cidadãos que queiram apoiá-lo.
O actual Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, declarou que é candidato independente às eleições presidenciais de 23 de Novembro, mas disse que está aberto a aceitar apoios de partidos e grupos de cidadãos.
“Hoje declaro a minha candidatura. Repito, declaro a minha candidatura como candidato independente de nenhum partido. Todo o partido que pretender apoiar a minha candidatura pode fazê-lo”, afirmou Sissoco Embaló.
O Presidente cessante fez o anúncio na cerimónia de posse ao novo primeiro-ministro guineense, o empresário e político Braima Camará, de 57 anos, que nomeou pela “confiança pessoal” que nele deposita.
O político afirmou que grupos de imames, padres, pastores, partidos políticos ou associações de pessoas podem apoiar a sua candidatura, “sem problema”.
“Isso traz o quê. Não serei refém de ninguém, mas sim Presidente da República. Mas, todos os partidos políticos, associações que me querem apoiar são bem-vindos”, declarou Embaló, que disse ainda que o seu movimento se vai chamar “No Ndianta” (andemos juntos).
O chefe de Estado disse estar confiante na sua reeleição, “por vontade de Deus”, mas também pelo legado que afirma ter feito na Guiné-Bissau no seu primeiro mandato presidencial.
Embaló observou que o agora primeiro-ministro, Braima Camará, poderá candidatar-se às presidenciais, enquanto cidadão guineense, se assim o entender.
“Embora o Braima nunca tenha feito política sem mim e eu também nunca fiz política sem ele até chegar aqui. Andamos sempre lado a lado”, sublinhou.
As presidenciais têm estado envoltas em polémica com a oposição a defender que já deviam ter sido marcadas antes de 27 de Fevereiro, data em que Sissoco Embaló completou cinco anos à frente da Presidência da Guiné-Bissau.
O Presidente alega que o mandato só termina em 04 de Setembro, data em que, em 2020, o Supremo Tribunal se pronunciou sobre o litígio em torno dos resultados das presidenciais de 2019, desencadeado pelo adversário Domingos Simões Pereira.
Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI)- Terra Ranka, foi deposto de presidente da Assembleia Nacional Popular e substituído na comissão permanente por Satu Camará.
O líder do PAIGC encontra-se fora do país e tem reclamado que Sissoco Embaló deixou de ser Presidente da República em 27 de Fevereiro e que deve ser o presidente da Assembleia, o próprio Simões Pereira, a substituí-lo no cargo até à realização de eleições.
As presidenciais, diz a Lusa, decorrem em simultâneo com as legislativas antecipadas, depois de o Presidente ter dissolvido o parlamento, em Dezembro de 2023, meio ano depois das legislativas, ganhas pela coligação PAI-Terra Ranka.