Presidente angolano inaugura dois terminais portuários financiados pelo Japão

O Presidente angolano inaugurou esta Sexta-feira o Projecto de Desenvolvimento Integrado da Baía de Moçâmedes, na província do Namibe, sul de Angola, que contou com financiamento de 600 milhões de dólares do Japão. O projecto, que visa transformar o porto do Namibe num eixo logístico de referência no Atlântico Sul, inclui o alargamento e modernização…
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O projecto, que visa transformar o porto do Namibe num eixo logístico de referência no Atlântico Sul, inclui o alargamento e modernização do Porto Comercial e Mineraleiro do Sacomar.
Economia

O Presidente angolano inaugurou esta Sexta-feira o Projecto de Desenvolvimento Integrado da Baía de Moçâmedes, na província do Namibe, sul de Angola, que contou com financiamento de 600 milhões de dólares do Japão.

O projecto, que visa transformar o porto do Namibe num eixo logístico de referência no Atlântico Sul, inclui o alargamento e modernização do Porto Comercial e Mineraleiro do Sacomar, bem como a expansão e modernização do Terminal de Contentores do porto do Namibe, bem como a construção de novas infra-estruturas de apoio administrativo e logístico e a introdução de equipamentos modernos e de última geração.

Em declarações à imprensa, o Presidente angolano, João Lourenço, agradeceu a todos os envolvidos que ajudaram o Governo angolano “a tornar este grande projecto uma realidade em muito pouco tempo, precisamente em três anos”.

“É verdade que começámos a falar dele em 2019, mas efetivamente a primeira pedra só foi lançada em 2022”, disse João Lourenço, acrescentando que o objectivo é integrar estes dois terminais, através de outros módulos de transporte, o rodoviário e ferroviário, com o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes.

“O Namibe acaba de ganhar um Terminal de Contentores novo e moderno e um Terminal Mineraleiro do Sacomar, onde pretendemos não apenas receber os minérios que vêm do interior do país, das províncias da Huíla, Cuando e Cubango, mas da própria província do Namibe”, disse o titular do poder executivo angolano.

João Lourenço anunciou que o Governo pretende desenvolver um projecto para a construção de uma siderurgia nacional, para acrescentar valor ao minério de ferro extraído das minas de Cassinga, na província da Huíla, e outras de exploração de minério de ferro.

Na sua intervenção, o ministro dos Transportes de Angola, Ricardo de Abreu, disse que a infra-estrutura dispõe agora de uma ponte cais de 520 metros, apta para receber navios Panamax de até 320 metros e 250 mil toneladas.

Ricardo de Abreu destacou a cooperação com o Japão, com o envolvimento da Toyota Tsusho Corporation, entidade coordenadora, além dos bancos financiadores japoneses, assim como dos bancos regionais, nomeadamente sul-africano, “determinante para o sucesso do projecto”.

“Trouxeram tecnologia, experiência e rigor de execução, reforçando a confiança mútua e a credibilidade de Angola junto dos seus parceiros internacionais. Esta parceria foi e continuará a ser muito mais do que uma colaboração no domínio técnico”, referiu.

O ministro dos Transportes de Angola, citado pela Lusa, destacou o papel dos parceiros japoneses, que, no quadro da responsabilidade social, apoiaram também a retoma e conclusão do emblemático Cine Estúdio, cuja obra esteve interrompida 50 anos.

Este espaço cultural, agora denominado Centro Cultural Mussungo Bitoto, inaugurado hoje pelo Presidente angolano, renasce, segundo o ministro, “meio século depois”, para devolver à província do Namibe e ao país “um equipamento de identidade, arte e memória”.

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