O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, defendeu esta semana a melhoria da produtividade e a competitividade da economia, na tradicional mensagem de Ano Novo.
“Ambicionamos por um 2024 com menos pobreza, menos desemprego e menos desigualdades sociais, que são fenómenos corrosivos, para qualquer sociedade. Que estejamos determinados a encontrar os melhores caminhos, principalmente para a redução da pobreza extrema, eliminando a insegurança alimentar e as condições de vida degradantes, garantindo uma existência mais digna para todos os cabo-verdianos”, augurou.
O chefe de Estado cabo-verdiano disse ainda que o país deve ter confiança e alento suficientes para acreditar que 2024 será um ano de paz, principalmente pela cessação dos conflitos com evidente desprezo pela vida humana.
“Repudiamos os ataques maciços infligidos à população civil indefesa, com massacres de mulheres e crianças, só comparáveis ao pior que aconteceu durante a segunda guerra mundial. Cabo Verde defende a Carta das Nações Unidas e o Direito Humanitário. Desejamos intensamente que terminem as situações coloniais anacrónicas de ocupações ilegais de territórios”, reforçou.
Segundo apontou, o outro desafio para este ano, “que é transversal à sociedade, afectando a todos”, é a questão da insegurança e da criminalidade. “Esperamos mais sucesso nesta luta, a bem de um clima de maior tranquilidade e harmonia social. Vivemos tempos difíceis, pelo que continua a ser necessário envidar esforços para garantir, tanto a segurança alimentar como a segurança energética, bem como implementar inovações tecnológicas”, acrescentou José Maria Neves.
Nos próximos anos, pediu o presidente cabo-verdiano, “devemos dispensar uma atenção especial aos oceanos, sendo fundamental a sua proteção e também potenciar todos os recursos marinhos”.
No sector da educação, “não obstante os ganhos, que são assinaláveis”, o líder cabo-verdiano reconheceu ser preciso melhorar a sua qualidade, e examinar as questões relacionadas com as reivindicações que têm ocorrido ultimamente, nomeadamente as dos professores. Já nos transportes, marítimos e aéreos, “face à regressão que se constata”, augura que aconteçam melhorias significativas durante este ano.
“No geral, desejamos que as reivindicações de vários grupos profissionais possam merecer a devida atenção, pois, muitas delas parecem ser justas. O diálogo deve ser eleito como a melhor forma para encontrar soluções para os diferendos. Por outro lado, é requerida uma revisão da política salarial do Estado, para que haja maior equilíbrio e justiça entre os diferentes grupos profissionais”, apelou.
No tocante às alterações climáticas, o Presidente de Cabo Verde considerou que a COP28 “abre uma porta de esperança” de um mundo livre de energias fósseis, capaz de atingir a almejada neutralidade carbónica em 2050.
“Cabo Verde se orgulha de iniciar esta caminhada, desde 2008. A aceleração da acção climática, a implementação do índice de vulnerabilidade, o financiamento climático e ambiental, são anseios de todos, principalmente dos pequenos Estados Insulares em desenvolvimento, ou seja, dos mais vulneráveis e dos mais afectados, incluindo o nosso país”, concluiu.