O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, afirmou Quarta-feira, 03, em Inhambane, que a nova Fábrica de Processamento Integrado (FPI), inaugurada em Inhassoro, consolida Moçambique como “hub energético” da África Austral e integra a visão nacional de transformação económica e industrialização.
Numa cerimónia que contou igualmente com a presença do Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, Chapo sublinhou a importância estratégica do projecto no quadro da cooperação energética regional.
A unidade fabril resulta do Acordo de Partilha de Produção (PSA) celebrado entre o Governo moçambicano e a petrolífera sul-africana Sasol, envolvendo um investimento de 866 milhões de euros.
Segundo o líder moçambicano, o empreendimento marca a entrada numa nova fase para o país, assente na transformação local dos recursos, crescimento industrial e fortalecimento da soberania económica. O PSA prevê a produção anual de 53 milhões de megajoules de gás natural, volume que permitirá viabilizar a Central Térmica de Temane (CTT), e a produção diária de quatro mil barris de petróleo leve.
O Chefe de Estado destacou que a CTT terá capacidade instalada de 450 megawatts, enquanto a FPI produzirá 30 mil toneladas anuais de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), elemento fundamental para a redução da dependência externa e para o reforço da segurança energética nacional.
“Estamos a transformar o gás em desenvolvimento, em indústria, em empregos e em dignidade para o povo moçambicano. É isto que significa construir os alicerces da independência económica”, afirmou Chapo, defendendo a necessidade de romper com a lógica histórica de exportação de matérias-primas e importação de produtos acabados. A estratégia, insistiu, deve permitir avançar “sem que ninguém seja deixado atrás”.
Com a entrada em funcionamento da nova unidade, Moçambique deverá reduzir em 70% as importações de gás doméstico, aumentar a oferta de combustíveis no mercado interno e criar novas oportunidades de negócio e emprego no sector energético, de acordo com dados do Governo citados pela Lusa.
Segundo Chapo, o projecto representa um “passo decisivo” na construção de um modelo económico orientado para a criação de valor no território nacional, reforçando a soberania energética e a competitividade do país na região austral.





