O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, inicia nesta Terça-feira, uma visita de trabalho de dois dias a Moçambique, prevendo participar na quarta comissão mista e no fórum empresarial entre os dois países, segundo a Presidência moçambicana.
Num comunicado, a Presidência do país diz que a reunião da comissão mista, a decorrer hoje, em Maputo, vai fortalecer as relações entre os dois países, “consolidada ao longo da história comum da luta contra o colonialismo e o apartheid”.
Da agenda da visita, segundo a Lusa, consta a participação de Ramaphosa na quarta-feira, ao lado do seu homólogo moçambicano, na inauguração da fábrica de gás doméstico, a primeira em Moçambique, na província de Inhambane, além do fórum empresarial previsto para a mesma localidade no sul do país.
Fontes do governo moçambicano dão conta que a participação do Presidente sul-africano na inauguração da unidade de processamento e produção de gás doméstico, surge em resposta ao convite feito pelo seu homólogo, Daniel Chapo, sendo um investimento implementado pela petrolífera sul-africana Sasol que vai permitir cortar em mais de 70% as importações deste produto por Moçambique.
A participação do chefe de Estado da África do Sul resulta do projecto de construção da nova Fábrica de Processamento Integrado a cargo da Sasol, em resultado do Acordo de Partilha de Produção (PSA) entre Moçambique e a petrolífera, explicou ainda a fonte.
O projecto da Sasol, de mil milhões de dólares, destina-se à produção de gás de cozinha em Moçambique, tendo em conta que já explora no país a produção de gás em Temane (Inhassoro) e Pande (Govuro), em Inhambane.
As relações entre a África do Sul e Moçambique são reguladas através da Comissão Binacional, copresidida pelos chefes de Estado dos dois países vizinhos, a qual se realizou pela primeira vez em 22 de Outubro de 2015, na África do Sul.
Moçambique é o maior parceiro comercial da África do Sul, gerando um volume de negócios que ronda os 2.000 milhões de dólares anuais. Mais de 1.700 veículos pesados cruzam diariamente a fronteira, desde logo com exportações sul-africanas, escoadas através do porto de Maputo, segundo dados oficiais.
