São Tomé e Príncipe arrancou há uma semana com a primeira perfuração petrolífera na sua Zona Económica Exclusiva (ZEE), que decorre “dentro da normalidade” num bloco detido pelas empresas Shell e Galp.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo de São Tomé e Príncipe (ANP-STP), o navio-sonda Maersk Voyager, que conduz a operação, entrou na ZEE são-tomense no Domingo passado e foi acompanhado até a localização do poço ‘Jaca’ no bloco 6, pelo navio patrulha ‘Zaire’ da Marinha Portuguesa, que se encontra em missão de capacitação marítima da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe.
O director executivo da ANP-STP, Luiz Gamboa, destacou a operação como uma “etapa importante” para a recolha de informações petrolíferas na ZEE de São Tomé e Príncipe, e que o início da perfuração de exploração do poço Jaca marca uma etapa importante porque permitirá, pela primeira vez, a recolha de informação mais precisa sobre a ZEE.
Luiz Gamboa adiantou que “a prioridade do consórcio constituído pela Galp, Shell e ANP-STP é a execução segura das operações do Jaca para atingir os objectivos do poço e recolher dados de qualidade para a sua avaliação.”
Em declarações à Lusa, Luiz Gamboa precisou que “as operações vão durar cerca de 60 dias visando a colocação dos equipamentos mínimos para estabilidade do furo e serão necessários mais 45 dias para fazer o estudo e declarar ou não a fiabilidade da zona”.
Recorde-se que em Dezembro de 2021, a ANP-STP e os representantes da Shell e da Galp promoveram uma ronda de apresentações aos titulares dos órgãos de soberania e aos poderes locais, regional e à sociedade civil são-tomense, no sentido de partilhar as informações sobre este projecto, que, segundo o antigo director da ANP-STP, Olegário Tiny, é aguardado “com expectativa” pelos são-tomenses há mais de 20 anos.
Na altura, Olegário Tiny esclareceu que do ponto de vista financeiro o início da perfuração não traduz “nenhum impacto imediato directo” na economia do país, mas, “do ponto de vista de conhecimento geológico da área, este primeiro furo pode ter uma importância muito grande”.
“Cria uma expectativa, não só em relação à população e às autoridades, mas em relação a todos os parceiros que estão na zona”, disse o ex-director da ANP-STP, referindo que “está toda gente à espera”.