Primeiro-ministro santomense acusa Presidente da República de violar a Constituição

O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, reagiu esta Terça-feira, 07, a sua demissão, afirmado que o Presidente da República, Carlos Vila Nova, violou a Constituição. “Por isso, o partido que sustenta o Governo introduziu um requerimento ao Tribunal Constitucional, com vista a anulação dessa decisão que viola a constituição. Pedimos ao tribunal…
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Primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, demitido pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova, diz que o partido que sustenta o Governo introduziu um requerimento ao Tribunal Constitucional.
Política

O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, reagiu esta Terça-feira, 07, a sua demissão, afirmado que o Presidente da República, Carlos Vila Nova, violou a Constituição.

“Por isso, o partido que sustenta o Governo introduziu um requerimento ao Tribunal Constitucional, com vista a anulação dessa decisão que viola a constituição. Pedimos ao tribunal que se pronuncie com urgência, porque é uma situação grave”, apelou.

Carlos Vila Nova colocou um ponto final no mandato de Patrice Trovoada, após convocar Conselho de Estado urgente e fazer uso do número 2 do artigo 117 da Constituição que permite ao Presidente da República demitir o PM e o governo “quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas, ouvido o Conselho de Estado”.

De acordo com o Decreto Presidencial, a que a Forbes África Lusófona teve acesso, o Partido Acção Democrática Independente (ADI), que foi o mais votado nas últimas eleições legislativas, é “convidado a apresentar, no prazo de 72 horas, outra individualidade para assumir o cargo de Primeiro-Ministro e Chefe do Governo”.

Segundo fonte, o PR “alegou deslealdade institucional recorrente; falta de cooperação estratégica do governo; atitude grosseira e inaceitável de contínua descredibilização do órgão Presidente da República e da figura do chefe de Estado”. Para além destas acusações, Carlos Vila Nova acrescenta ainda uma “governação marcada por uma contínua e excessiva ausência do PM do território nacional. Em 2024, foram 204 dias ausentes dos 366 dias.

De entre os vários confrontos entre o Presidente da República e o primeiro-ministro que se tem vindo a acentuar desde o  famigerado 25 de novembro de 2022, a última gota de água terá sido a resolução aprovada pelo Governo, contrariando um veto político do chefe de Estado, de subir a Taxa Reguladora, a Taxa de Segurança e ainda ter criado ainda a Taxa de Desenvolvimento Aeronáutico no valor de 62 euros, passando a ser cobradas nos voos de ida e volta para São Tomé, num total de 220 euros. A situação, para além de ter criado uma onda de protestos dos sãotomenses, aumentou o mau estar entre ambos.

Neste caso o governo de gestão, também definido em Constituição, pode continuar em exercício até a nomeação e posse do primeiro-ministro do novo Governo constitucional, mas o seu exercício limitar-se-á à  prática   de   actos   estritamente necessários  à  gestão  corrente  dos  negócios  públicos  e  à  administração  ordinária.

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