Quase 20% do crédito bancário em Cabo Verde estava em moratória

O Banco Central de Cabo Verde (BCV) anunciou recentemente que quase 20% do crédito concedido pelos bancos em Cabo Verde estava abrangido no final de 2021 pelo regime de moratórias, para mitigar as consequências da crise económica provocada pela pandemia de covid-19. Segundo dados do mais recente relatório de política monetária do Banco de Cabo…
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Até 31 de Dezembro de 2021 o regime das moratórias de crédito beneficiava um total de 1.760 entidades, contra as 2.100 no final de 2020, enquanto o número de contratos abrangidos desceu para 2.306.
Economia

O Banco Central de Cabo Verde (BCV) anunciou recentemente que quase 20% do crédito concedido pelos bancos em Cabo Verde estava abrangido no final de 2021 pelo regime de moratórias, para mitigar as consequências da crise económica provocada pela pandemia de covid-19.

Segundo dados do mais recente relatório de política monetária do Banco de Cabo Verde (BCV), em 31 de Dezembro de 2021 o regime das moratórias de crédito beneficiava um total de 1.760 entidades, contra as 2.100 no final de 2020, enquanto o número de contratos abrangidos desceu de 2.717 para 2.306 no mesmo período.

Assim, o volume de crédito sob o regime das moratórias em Cabo Verde cifrou-se, no final de 2021, em quase 233 milhões de euros, representando 19,4% do ‘stock’ agregado do crédito à economia e aos governos locais, quando em 31 de Dezembro de 2021 era de 21,6%, valendo ainda o equivalente a 14,2% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.

Do ‘stock’ total de crédito sob o regime das moratórias, 80,7% era referente às empresas, sobretudo dos seCtores de “alojamento e restauração” e “transportes e armazenagem”, 10,3% de particulares e 9% das câmaras municipais.

O BCV prorrogou até Setembro de 2022 as medidas prudenciais para o sector bancário, lançadas em 2020 para mitigar as consequências económicas da pandemia de covid-19, anunciou anteriormente a instituição.

“Em consonância com a medida de prorrogação das moratórias públicas, exclusivamente de capital, por parte do Governo, o Banco de Cabo Verde decidiu manter, até Setembro de 2022, as medidas prudenciais actualmente em vigor”, refere um comunicado de 05 de Abril, assinado pelo governador do BCV, Óscar Santos.

No documento acrescenta-se que, em relação aos requisitos de capital dos bancos, “a manutenção do rácio de adequação de fundos próprios totais num nível mínimo de 10%”.

“De notar que a manutenção desta medida representa uma maior margem para os bancos continuarem a financiar projectos viáveis e, assim, contribuírem para a retoma da economia nacional”, lê-se.

Fonte: Lusa

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