Os preços dos diamantes angolanos registaram uma queda acentuada entre 30% e 55% abaixo do planificado no primeiro semestre de 2024, conforme anunciou a administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA).
Durante a abertura do workshop de balanço semestral de produção de diamantes e perspetivas para o futuro, o administrador executivo da ENDIAMA, Laureano Receado Paulo, destacou que o mercado dos diamantes enfrenta uma situação preocupante. “Se se mantiverem os níveis atuais dos preços, provavelmente vamos experimentar algumas dificuldades até ao final do ano”, alertou o responsável.
Laureano Receado Paulo apontou ainda para vários desafios que o subsetor dos diamantes enfrenta atualmente. Entre as medidas necessárias para melhorar o cenário, sublinhou a importância do conhecimento geológico para a descoberta de novas minas e revelou que estão em curso trabalhos para otimizar o sistema de desmonte, carregamento, transporte e tratamento de diamantes.
O administrador frisou também a necessidade de se focar em questões económicas, nomeadamente na redução dos custos ambientais, e salientou o compromisso da ENDIAMA com a responsabilidade social. Outro ponto crucial mencionado foi o aumento da capacidade produtiva e investigativa da mina de Catoca, uma das maiores do país, para assegurar a sua operação nos próximos 20 anos, bem como a consolidação da mina do Luele.
Além disso, Receado Paulo anunciou que dois projetos da ENDIAMA, Chambacanda e Luaximba, estão numa fase avançada e poderão aumentar a produção do setor num futuro próximo.
Segundo dados do portal Minas de Angola, nos primeiros cinco meses de 2024, Angola produziu 4,2 milhões de quilates de diamantes, gerando receitas de 288 milhões de dólares. As minas de Catoca e Luele foram responsáveis por 88% desta produção, extraída de depósitos primários, enquanto os restantes 12% provieram de depósitos secundários.